Apesar da estagnação econômica secular, o Japão é uma ilha de estabilidade política num "mar de incertezas", argumentam Matthew Gordon e Daniel Ramler, do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais (CSIS).
Com 60% de popularidade, o primeiro-ministro Shinzo Abe sonha em ficar no cargo até a Olimpíada de Tóquio, em 2020. Talvez tenha de convocar eleições em 2017, que deve ganhar. Mas sofreu dois duros golpes recentemente.
O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, promete abandonar a Parceria Transpacífica, um acordo de liberalização comercial envolvendo 12 países da orla do Oceano Pacífico, inclusive o Japão, para estabelecer regras antes que a China imponha as suas.
Abe se esforçou para obter a ratificação do acordo no Parlamento do Japão, mas sabe que sem os EUA o acordo está condenado.
Ao receber o presidente da Rússia, Vladimir Putin, o primeiro-ministro pretendia barganhar ajuda econômica em troca da solução da disputa pelas Ilhas Kurilas do Sul, ocupadas pela União Soviética a mando do ditador Josef Stalin no fim da Segunda Guerra Mundial.
Stalin declarou guerra ao Japão em 9 de agosto de 1945, no dia em que os EUA jogaram a segunda bomba atômica, em Nagasaque, e ocupou as Kurilas. Setenta e um anos depois, Putin não mostrou a menor intenção de ceder, humilhando Abe.
A terceira maior economia do mundo sofre de estagdeflação desde os anos 1990s. A previsão de crescimento para 2017 é de apenas 0,6%, deixando o Japão cada vez mais distante da poderosa China, e a deflação não desaparece mesmo com as políticas expansionistas da abeconomia.
Para o próximo ano, Abe acena com um orçamento recorde de US$ 800 bilhões e a promessa de reformas trabalhista, na imigração e na participação da mulher.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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