Vários membros do conselho serão substituídos. Os detalhes e os motivos não foram revelados.
O decreto também muda o chefe do Conselho Consultivo (Chura) e o ministro do Trabalho e do Desenvolvimento Social.
As prioridades do rei Salman são reorientar a economia saudita para reduzir a dependência do petróleo e preparar uma transição de gerações na sua sucessão. O próximo sultão da Arábia Saudita será o primeiro a não ser filho do fundador do país, Abdul Aziz al Saud. Um filho de Salman é o segundo na linha sucessória.
A monarquia saudita tem sua legitimidade baseada na religião como guardiã das cidades sagradas de Meca e Medina, onde nasceu a religião muçulmana. É um pacto entre a dinastia de Saud e o pai do salafismo, uma versão ultrapuritana do islamismo, Mohamed ben Abdul Wahab, feito em 1744 por Mohamed ben Saud, quando foi nasceu o primeiro estado saudita.
Esse regime apoiado por ulemás ou sábios do Islã ultraconservadores foi um instrumento importante da dinastia de Saud para impor seu controle e evitar o surgimento de grupos de oposição. O versete do Corão que manda "odebecer a Alá, a seu profeta e à autoridade entre vocês" ajudou a enquadrar liberais, socialistas, islamistas, salafistas e jihadistas.
Em sua busca de legitimidade, a Arábia Saudita apresenta ao mundo a sua verão puritana do islamismo, o wahabismo ou salafismo, como a verdadeira interpretação do Corão.
Desde o forte aumento dos preços do petróleo a partir do embargo árabe ao Ocidente, em 1973, a monarquia saudita exporta suas ideias religiosas, contribuindo direta e indiretamente para a formação de grupos extremistas jihadistas, que consideram obrigação de todo muçulmano fazer a guerra contra os infiéis.
O conselho de ulemás ajudou Abdul Aziz a controlar milícias rivais em 1929, antes da fundação da Arábia Saudita, em 23 de setembro de 1932.
Em 1963, o conselho autorizou o rei Faissal a introduzir a televisão no reino. Os salafistas sustentam que o Islã proíbe a reprodução da figura humana e de animais para evitar a idolatria. Em 1979, concordou com a intervenção de comandos franceses para reassumir o controle da Grande Mesquita de Meca, tomadas por extremistas. No século 21, ajudou a deslegitimar a rede terrorista Al Caeda.
Uma preocupação do governo saudita é a grande coincidência de ideias e princípios da instituição religiosa e dos jihadistas. A simpatia é mútua e permite aos jihadistas manter uma presença forte no reino.
O Ministério de Assuntos Islâmicos revelou em 19 de julho que estava investigando os imãs de 17 mesquitas da capital que, nos sermões de sexta-feira, se recusaram a condenar uma ação jihadista na fronteira com o Iêmen.
Desde 2009, para escapar da repressão saudita, a Al Caeda na Península Arábica mudou seu quartel-general para o Iêmen, que usa como base para atacar a Arábia Saudita,
Uma nova ameaça jihadista ao reino foi o surgimento do Estado Islâmico do Iraque e do Levante, outro grupo jihadista que desafia o direito de dinastia de Saud de guardar as cidades sagradas do Islã por causa de sua relação com o Ocidente, a mesma bronca de Ossama ben Laden. O Exército saudita reforçou a fronteira norte com 30 mil soldados a mais nos últimos anos
O desafio saudita é mobilizar os ulemás para a guerra ideológica de deslegitimação do jihadismo.
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