Depois de quatro anos, a ditadura de Bachar Assad está prestes a retomar o controle de Alepo, que era a capital econômica da Síria quando começou a guerra civil, há cinco anos e nove meses. Com o apoio da Força Aérea da Rússia e de milícias xiitas do Irã e do Líbano, o Exército sírio afirma ter retomado 98% da área em poder dos rebeldes.
Os rebeldes que ocupavam a metade leste de Alepo fugiram ou estão encurralados. Mais de 50 mil civis saíram da áreas antes dominada pelos rebeldes. Dezenas de milhares continuam cercados, sem água, energia elétrica e hospitais.
Com a queda de Alepo, Assad retoma o controle de todas as grandes cidades da Síria, mas a guerra está longe de acabar. No fim de semana, a organização terrorista Estado Islâmico do Iraque e do Levante voltou a invadir a cidade histórica romana de Palmira, no centro do país, que estava em poder do governo desde maio deste ano.
A vitória de Assad não deve ser aceita passivamente pela Turquia, a Arábia Saudita e outras monarquias petroleiras do Golfo Pérsico que são inimigas do Irã e do regime sírio. Esses países devem continuar armando, treinando e financiando os rebeldes.
Assad é o principal responsável e o maior terrorista na guerra civil da Síria. Com a intervenção militar russa a partir de 30 de setembro de 2015, o ditador reassumiu aos poucos o controle dos principais centros urbanos, mas nada indica que o atual regime será capaz de consolidar a paz depois de 400 mil e que a metade da população fugiu de casa.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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Um comentário:
Depois de tanta violência será que valeu a pena? quantas mortes e terrorismo foi necessário para esta conquista! Será que a Rússia fez bem em ajudar?
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