Ao mesmo tempo em que o Congresso ratificava o acordo de paz com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC), o governo colombiano anunciou ontem o reinício, em janeiro de 2017, do diálogo com o Exército de Libertação Nacional (ELN), noticiou o jornal Latin American Herald Tribune.
Em declaração divulgada em Quito, a capital do Equador, onde será realizada a primeira rodada de negociações com o ELN, os representantes do governo manifestaram a esperança de que até lá seja libertado o ex-deputado Odín Sánchez, sequestrado pelo grupo.
O início de negociações de paz entre o governo e o segundo maior grupo guerrilheiro da Colômbia foi anunciado em 27 de outubro, em Quito. Por causa do sequestro de Sánchez, o presidente Juan Manuel Santos não viajou ao Equador.
Em 7 de novembro, o comandante supremo do ELN, Nicolás Rodríguez Bautista, de nome de guerra Gabino, perdão para dois rebeldes capturados pelo governo para soltar o ex-deputado. O governo colombiano respondeu que qualquer perdão "deve cumprir a lei em vigor".
A Colômbia agradeceu à colaboração do Equador e ao apoio de Brasil, Chile, Cuba, Noruega e Venezuela às negociações de paz com o ELN.
Com a ratificação pelo Congresso do acordo de paz com as FARC, os cerca de 7 mil homens em armas devem se concentrar em 20 áreas determinadas e entregar as armas sob a supervisão das Nações Unidas nos próximos seis meses. Mas a guerrilha advertiu que só vai depor as armas depois da aprovação de uma anistia para 2 mil guerrilheiros presos. É a próxima batalha legislativa do presidente Santos.
A oposição ao acordo, liderada pelo ex-presidente Álvaro Uribe, considera uma rendição a garantia de vagas no Congresso para as FARC nas duas próximas eleições, independentemente do resultado das urnas.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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