A União Africana, que está completando 50 anos, vai criar uma força de reação rápida para intervir em crises no continente como golpes de Estado, guerras, massacres e rebeliões, anunciou seu presidente, o primeiro-ministro da Etiópia, Hailemarian Desalegn.
O principal objetivo da Capacidade Africana para Resposta Imediata a Crises será reduzir a dependência do continente de ajuda militar externa, na maioria dos casos oferecida pelas antigas potências coloniais.
Quando nasceu, em 1963, como Organização de Unidade Africana, a UA decidiu aceitar as fronteiras nacionais impostas pelo colonialismo europeu por dois motivos. Primeiro, a unidade do continente iria além das fronteiras artificiais. Segundo, os novos países independentes sabiam que as disputas sobre limites levariam a guerras sem fim.
A organização tem sede na Etiópia por causa de sua luta histórica contra o imperialismo europeu, especialmente depois da invasão do país, em 1935 e 1936, pela Itália fascista de Benito Mussolini. Isso levou o imperador Hailé Salassié a percorrer o mundo em defesa da soberania nacional, tornando-o um ídolo na África.
De modo geral, os países africanos apoiam a UA, mas o bloco regional não tem muita força porque seus membros não querem ceder poderes a uma entidade supranacional nem aceitar sua interferência em questões internas. A soberania nacional ainda fala mais alto.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
segunda-feira, 27 de maio de 2013
União Africana vai criar força militar de reação rápida
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