Um soldado do Exército Real britânico foi morto a facadas hoje no bairro de Woolwich, em Londres, por dois homens que gritaram "Alá é grande" e pediram a outras pessoas que gravassem uma mensagem em vídeo apresentando-se como extremistas decididos a vingar as mortes de muçulmanos.
"Nós matamos aquele homem. Isso vai continuar acontecendo enquanto muçulmanos estiverem morrendo. Derrubem o seu governo. Ele não se preocupa com vocês. Agora é olho por olho e dente por dente", declarou o terrorista, com uma faca e um facão de cozinha (cutelo) mas mãos ensanguentadas.
Uma testemunha contou que eles atacaram a vítima como quem corta um pedaço de carne. Ele e seu comparsa foram baleados e presos pela polícia. Pareciam orgulhosos com seu ato homicida.
Durante visita a Paris, o primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, deplorou a ação criminosa. Ele suspendeu a viagem à França e voltou imediatamente a Londres, onde já presidiu a uma reunião ministerial de emergência para discutir o ataque.
Embora os dois homens possam não ter ligação direta com nenhuma organização terrorista, o ataque à Maratona de Boston, em 15 de abril de 2013, e o de hoje contra Londres podem apontar uma nova tendência. Sem condições de realizar ações espetaculares como os atentados de 11 de setembro de 2001, os jihadistas inspirados pela rede terrorista Al Caeda estão dispostos a agir sozinhos ou em grupos muito pequenos. Assim, é muito mais difícil pegá-los.
Confira o vídeo com a declaração de um dos terroristas no jornal inglês The Guardian.
Os suspeitos seriam de origem nigeriana. Há um grupo extremista muçulmano chamado Boko Haram em atividade no Norte e Nordeste da Nigéria que está sendo alvo de uma ofensiva do Exército, que costuma agir com brutalidade contra rebeldes. O ataque em Londres pode ter sido uma reação desesperada a um conflito africano enquadrado na luta dos jihadistas contra o Ocidente, como se fosse uma obrigação matar inocentes para vingar as mortes de muçulmanos em guerras.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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Um comentário:
Isso só vai acabar quando os países ocidentais tomarem vergonha na cara e proibir a vinda deste povo para cá! Pois um dos motivos que faz eles odiarem os ocidentais é pela influencia cultural destes países em sua cultura medieval. O engraçado é que eles podem vir para cá e contaminar nossa cultura com suas tradições doentias! E nós somos obrigados por nossos sábias autoridades de esquerda a aceitar tudo isso, com pena de ser processado por discriminação.
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