A promotora Ilda Boccassini, do Ministério Público de Milão, pediu ontem uma pena de seis anos de prisão e o afastamento definitivo da vida pública do ex-primeiro-ministro Silvio Berlusconi no processo em que o líder direitista é acusado de abuso de poder e prostituição de menor.
Na denúncia, a promotora pede "uma pena básica de cinco anos de cadeia" pela acusação mais grave, de que Berlusconi abusou de seu poder como chefe de governo para libertar a prostituta Ruby na noite de 27 para 28 de maio de 2010, alegando que ela era neta do rei do Marrocos. Essa pena deve ser "agravada em um ano" porque Berlusconi pagou para manter relações sexuais com Ruby quando ela era menor de idade.
Ilda Boccassini afirmou que "um sistema de prostituição foi criado para satisfação sexual pessoal do acusado Silvio Berlusconi". Quando descoberto, o ex-primeiro-ministro teria pressionado Ruby a não revelar a verdadeira natureza da relação entre os dois.
"Conjeturas, distorções e mentiras inspiradas por preconceito e raiva, contra as provas, além da imaginação e do ridículo", protestou Berlusconi na época. "Mas tudo autorizado sob o escudo da toga. Pobre Itália!"
O país certamente está mais pobre. Depois de uma década de crescimento praticamente nulo, enfrenta a pior crise econômica de sua história recente.
Na semana passada, Berlusconi foi condenado a quatro anos de prisão por fraude fiscal no caso Mediaset, sua empresa de mídia, mas a pena foi reduzida para um ano por causa de uma anistia e ainda cabe recurso.
O primeiro-ministro Enrico Letta, chefe do primeiro governo a unir direita e esquerda na Itália desde o fim da Segunda Guerra Mundial, considerou "inaceitável" a participação de ministros numa manifestação realizada sábado na cidade de Bréscia para apoiar Berlusconi e denunciar a "politização" do Poder Judiciário.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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