Dois suspeitos do atentado a bomba contra um centro cultural israelita que matou 85 pessoas e feriu outras 300 em Buenos Aires em 1994 são candidatos à Presidência do Irã na eleição de 14 de junho de 2013.
O ex-ministro do Exterior Ali Akbar Velayati e o ex-comandante da Guarda Revolucionária Mohsen Rezai são acusados de planejar o ataque, que teria sido cometido por membros da milícia fundamentalista xiita libanesa Hesbolá (Partido de Deus). O ex-presidente Ali Akbar Hachemi Rafsanjani, denunciado pela Justiça da Argentina, teve sua candidatura barrada pelo Conselho dos Guardiães da Revolução Islâmica.
Há uma ordem internacional de prisão contra Rezai em poder da Interpol (Polícia Internacional). Desde 2007, seis iranianos estão na lista de procurados da Interpol por causa do ataque contra a AMIA, inclusive o atual ministro da Defesa, Ahmad Vahidi.
Mesmo assim, provavelmente a pedido do falecido presidente venezuelano Hugo Chávez, que fez uma aliança com o Irã baseada no antiamericanismo, a Argentina fez um acordo com o Irã para realizar uma investigação conjunta do atentado. O governo Cristina Kirchner ainda não recebeu nenhuma "notificação formal" do regime fundamentalista iraniano confirmando a aprovação do acordo em Teerã.
O Irã também é suspeito do ataque com carro-bomba contra a Embaixada de Israel em Buenos Aires, em 1992, quando 29 pessoas morreram e outras 242 saíram feridas. A comunidade judaica argentina ficou revoltada com os acordos.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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