Depois do segundo ataque aéreo em dois dias, a Síria acusou ontem Israel de se alinhar aos rebeldes na guerra civil síria e advertiu que "todas opções" de retaliação estão sob exame. A ditadura de Bachar Assad considerou os bombardeios israelenses "uma declaração de guerra". Pelo menos 42 militares sírios teriam morrido no ataque.
A ação de Israel pressiona os Estados Unidos a tomarem uma decisão sobre uma possível intervenção militar na Síria.
O presidente Barack Obama sempre afirmou que o uso de armas químicas pela ditadura de Bachar Assad seria um limite além do qual os EUA poderiam recorrer à força armada. Depois de denúncias da França, da Grã-Bretanha e de Israel, em 25 de abril de 2013, Washington admitiu ter provas do uso de armas químicas pelo regime sírio, mas pediu uma investigação das Nações Unidas.
Em entrevista à televisão suíça ontem, a chefe da comissão de investigação da ONU, Carla del Ponte, ex-procuradora-geral dos tribunais da ONU para a Antiga Iugoslávia e Ruanda, declarou que os rebeldes também "podem ter usado" usado o gás venenoso sarin, reporta TV pública britânica BBC.
Hoje, os rebeldes negaram, dizendo não ter condições técnicas de manipular armas químicas, enquanto o governo americano afirmou não ter provas contra eles, só contra o regime. A comissão da ONU, presidida pelo sociólogo brasileiro Paulo Sérgio Pinheiro, disse não ter "provas conclusivas", desmentido a alegação de Carla del Ponte.
Israel não sabe se será melhor conviver com Assad ou com seus inimigos. Apesar da ocupação das Colinas do Golã em 1967 e sua anexação por Israel em 1981, a fronteira entre os dois países se manteve relativamente calma havia quase 40 anos, desde a Guerra do Yom Kippur, em outubro de 1973. Uma vitória da oposição aumentaria o peso político dos islamitas na Síria e no Oriente Médio como um todo.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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