Em 2001, meses antes dos atentados de 11 de setembro, fundamentalistas muçulmanos destruíram as estátuas monumentais de Buda em Bamiã, no Afeganistão, um prenúncio do terror. O mundo assistiu estarrecido e prometeu que aquilo não se repetiria.
Agora, na vale Swat, no Noroeste do Paquistão, os jihadistas atacaram uma das mais antigas e importantes esculturas da arte budista. É uma estátua de Buda sentado esculpida numa rocha de 40 metros de altura no início da era cristã. Depois dos Budas de Bamiã, é a mais importante estátua de Buda no Sul da Ásia.
Foi o segundo ataque em menos de um mês. Como destacou o jornal paquistanês Dawn, não é uma imagem escondida num lugar remoto. Fica perto da estrada principal.
O islamismo proíbe a representação de figuras humanas e de animais, daí a fúria dos jihadistas. Eles realizaram seu trabalho - abrindo buracos na estátua, enchendo-os de explosivos e detonando-os - em plena luz do dia. Fizeram isso duas vezes.
Na primeira, por causa da incompetência dos extremistas, a imagem não sofreu grandes danos. Na segunda, destruíram a face, os ombros e pés do Buda. Já se fala de um terceiro ataque.
Nem a polícia nem os líderes locais se arvoram a defender a estátua. Os jornais paquistaneses denunciaram mais esta agressão ao patrimônio cultural da humanidade. Mas a sociedade internacional permanece calada.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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