Ao tomar posse hoje para seu segundo e último mandato como presidente dos Estados Unidos, Barack Obama prometeu um futuro de paz e prosperidade, sem as guerras nem a a pior crise econômica em décadas, herdadas de George W. Bush. Sem esses problemas, afirmou que as "possibilidades dos EUA são ilimitadas".
Seu maior desafio em política interna será consolidar a recuperação da economia, reduzir o desemprego e encaminhar uma solução para o déficit público trilionário do país. Não será fácil. Inevitavelmente, o governo americano terá de cortar gastos com saúde e previdência social.
No plano externo, Obama terá de reinventar as relações dos EUA com o novo Oriente Médio pós-Primavera Árabe (que parece cada vez mais um rótulo ocidental inadequado) e estabelecer uma relação operacional eficiente com a China, uma superpotência cada vez mais arrogante.
No primeiro mandato, o presidente americano tenta consolidar suas bases de apoio para tentar a reeleição. Quase todos conseguem. As exceções mais recentes foram Jimmy Carter (1977-81) e George Herbert Walker Bush (1889-93), abatidos por crises econômicas. O grande mérito político de Obama foi conseguir se reeleger em meio à crise.
No segundo mandato, sem a possibilidade de disputar eleições no futuro, o presidente dos EUA busca seu lugar na História. Às vezes, ela é cruel.
Em pleno degelo da Guerra Fria, depois de virar amigo do último líder da União Soviética, Mikhail Gorbachev, Ronald Reagan (1981-89) foi acossado pelo escândalo Irã-Contras, a venda ilegal de armas ao Irã e o uso dos rendimentos para a ajuda, também ilegal, aos rebeldes direitistas que lutavam contra a revolução sandinista na Nicarágua.
O presidente Bill Clinton (1993-2001) governou os EUA numa era da grande prosperidade econômica. Mesmo assim, saiu chamuscado pelo escândalo sexual envolvendo-o com a estagiária Monica Lewinsky.
Depois de reeleger em 2004 como comandante da "guerra contra o terror", uma expressão equivocada em si mesma, George W. Bush (2001-9) deixou uma herança realmente maldita: duas guerras e a pior crise econômica em mais de 70 anos.
Para a revista inglesa The Economist, Obama deve se concentrar em três problemas de longo prazo deixar sua marca na História: o déficit público, o Oriente Médio e a China. São tarefas formidáveis.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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