Os Exércitos da França e do Máli retomaram o aeroporto de Gao, a seis quilômetros do centro da cidade, e a ponte de Wabary, na entrada da cidade ocupada há nove meses por extremistas muçulmanos, confirmou hoje o ministro da Defesa francês, Jean-Yves Le Drian.
A pedido do governo malinês, a França interveio militarmente no Norte do país em 11 de janeiro de 2013 para impedir uma ofensiva rebelde rumo à capital, Bamako.
Quatro grupos islamitas radicais são alvos da intervenção militar francesa: o Movimento Nacional pela Libertação de Azawade (MNLA), da minoria étnica tuaregue, o braço da rede terrorista Al Caeda no Magreb Islâmico (ACMI), o Movimento pela Unidade e Jihad na África Ocidental (MUJAO) e o grupo jihadista Ansar Edine, agora dividido entre os que querem negociar a paz e os pretendem continuar a guerra.
O conflito também tem implicações étnicas. Cerca de 90% dos malineses moram no Sul. A população do Norte, formada por tuaregues e outras minoriais, é chamada de árabe ou branca pelos sulistas.
Há denúncias de execuções sumárias nas áreas reconquistadas pelos malineses. Seria a vingança do Exército, humilhado na sua derrota para os jihadistas no ano passado. Se a população aterrorizada pelos fundamentalistas muçulmanos for alvo de represálias do Exército regular, talvez decida ser governada pelos extremistas.
Este é o dilema de mais uma intervenção militar ocidental. Para resolver realmente o problema, serão necessários anos de ajuda ao desenvolvimento e à construção do Estado e da nação. O Máli é uma encruzilhada do atraso e do subdesenvolvimento numa região com reservas importantes de petróleo e gás, na Argélia e na Líbia, e de urânio, no Níger.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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