Sem encontrar resistência dos extremistas muçulmanos que tomaram Timbuktu há nove meses, os Exércitos da França e do Máli entraram hoje na cidade histórica, uma encruzilhada do Deserto do Saara. Timbuctu abriga uma das mais importantes bibliotecas medievais do mundo, além de mesquitas e outras relíquias consideradas patrimônio cultural da humanidade. Na fuga, os jihadistas tocaram fogo em vários prédios, inclusive na biblioteca, informa a agência Reuters.
Só os danos irreparáveis ao patrimônio histórico, artístico e cultural de Timbuktu seria suficiente para justificar uma intervenção militar. Mas o resto do mundo preferiu ignorar os gestos de intolerância religiosa. Aliás, tinha feito o mesmo quando a milícia fundamentalista dos Talebã destruiu os Budas de Bamiã, no Afeganistão, meses antes dos atentados terroristas de 11 de setembro de 2001 contra os Estados Unidos.
Depois de tomar Gao, outra cidade importante do Norte do Máli que estava dominada pelos aliados da rede terrorista Al Caeda, mil soldados franceses e 200 malineses tomaram o aeroporto de Timbuktu e cercaram a cidade histórica situada à margem do Rio Níger. Não foram alvo de nenhum tiro.
Em Paris, o presidente francês, François Hollande, proclamou o sucesso da intervenção iniciada em 11 de janeiro de 2013 para parar uma ofensiva rebelde rumo à Bamako, a capital do Máli, a um custo de 2,7 milhões de euros por dia. Mas o presidente da vizinha Guiné, Alpha Condé, adverte que a guerra está apenas começando. Os guerrilheiros muçulmanos vão fugir para o vasto Deserto do Saara e se reagrupar para lançar novos ataques.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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