No seu primeiro pronunciamento desde novembro, o ditador Bachar Assad anunciou hoje na televisão o que chamou de "plano de paz", convocando uma "conferência de reconciliação nacional" com "aqueles que não traíram a Síria" seguida da formação de um novo governo e de uma anistia. Ele acusou os rebeldes que tentam derrubá-lo há quase um ano e dez meses de "criminosos" aliados ideologicamente à rede terrorista Al Caeda.
As Nações Unidas estimaram na semana passada em 60 mil o total de mortos desde o início, em 15 de março de 2011, da revolta inicialmente pacífica contra a ditadura de Assad.
Quando o ditador mandou um enviado especial a Moscou no fim do ano passado, parecia estar disposto a apelar para a mediação de seu principal aliado na esfera internacional. O pronunciamento de hoje indica a determinação de continuar lutando.
"A primeira etapa de uma solução política exige que as potências regionais parem de financiar e armar a oposição, o fim das operações terroristas e o controle das fronteiras", afirmou o ditador, citado pelo jornal liberal israelense Haaretz. "Não vamos abrir diálogo com um fantoche do Ocidente", acrescentou, referindo-se à Coalizão Nacional das Oposições Sírias, reconhecida pelos Estados Unidos, a França e o Reino Unido como embrião de um governo de transição.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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