Violentos confrontos entre manifestantes e a polícia perto da prisão de Porto Said, no Egito, causaram a morte de pelo menos 30 pessoas, durante protestos contra o julgamento de um massacre ocorrido depois de um jogo de futebol realizado na cidade em 1º de fevereiro de 2012. O juiz condenou 21 réus à morte.
O massacre aconteceu depois da vitória do Al-Masry, de Porto Said, sobre o Al-Ahly, do Cairo, por 3-1. Havia 22 mil pessoas no estádio com capacidade para 25 mil, sendo 2 mil torcedores do Al-Ahly.
Como as torcidas de futebol tiveram um papel importante na revolução que derrubara o ditador Hosni Mubarak em 11 de fevereiro de 2011, há suspeitas de que a polícia e agentes do serviço secreto do antigo regime tenham estimulado o confronto e deixado os torcedores se mataram. Seu objetivo seria criar um clima de violência para justificar medidas duras e a manutenção do estado de emergência.
Na época, a Irmandade Muçulmana, que hoje tem a Presidência e o controle da Assembleia Nacional, acusou o governo do Conselho Supremo das Forças Armadas pelo massacre. O Ministério do Interior culpou os torcedores, mas havia poucos policiais no estádio, que não fizeram praticamente nada.
Ontem pelo menos quatro pessoas foram mortas em confrontos entre partidários do governo e manifestantes que se concentraram na Praça da Libertação, no centro do Cairo, para lembrar o início há dois anos da revolução que derrubou o ditador Hosni Mubarak (1981-2011). Os liberais acusam os islamitas e o presidente Mohamed Mursi de trair os ideais da Primavera Árabe.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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