Durante visita à Alemanha, o presidente Mohamed Mursi rejeitou a proposta da oposição de formar um governo de união nacional para resolver a crise política no Egito. A primeira-ministra alemã, Angela Merkel, insistiu para que o país não abandone o processo de democratização, noticia o jornal The New York Times.
"No Egito, há um governo estável trabalhando dia e noite no interesse de todos os egípcios", reagiu o presidente, eleito em maio de 2012 como representante da Irmandade Muçulmana, a maior e mais antiga entidade fundamentalista islâmica. Um novo governo, acrescentou, só depois das próximas eleições parlamentares, a serem realizadas com base na nova Constituição, repudiada pela oposição.
Merkel condicionou a ajuda alemã ao respeito a princípios democráticos: "É importante para todos nós que os canais de diálogo estejam sempre abertos para todas as forças políticas do Egito". No ano passado, o país recebeu US$ 130 milhões da Alemanha.
A proposta de formação de um governo de união nacional foi feita pelo ex-diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica Mohamed ElBaradei, um dos líderes da oposicionista Frente de Salvação Nacional, através do Twitter. Ao propor um encontro com o presidente, os ministros da Defesa e do Interior, a Irmandade Muçulmana e os salafistas, ElBaradei sugere que Mursi não controla todos os pilares do Estado egípcio.
"Acabar com a violência é a prioridade", explicou o ex-diplomata. A frente exige ainda a formação de um novo governo e a criação de uma comissão para emendar a recém-aprovada Constituição. Mas Mursi se nega a abrir mão de seu poder, mantendo o impasse que, na advertência do ministro da Defesa e comandante do Exército, pode levar ao "colapso do Estado". Insiste em esperar pelas eleições, na expectativa de consolidar o poder da Irmandade Muçulmana.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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