A Suprema Corte do Paquistão mandou prender hoje o primeiro-ministro Raja Pervez Ashraf, acusado num escândalo de corrupção. Do lado de fora do Parlamento, o pregador convertido em político Muhammad Tahir-ul Kadri, discursou para uma multidão pedindo a queda do governo.
"Vitória! Vitória! Pela graça de Deus", bradava Kadri, conta o jornal The New York Times.
Nesta terça-feira, a Suprema Corte mandou o Escritório Nacional de Contas, encarregado de investigar casos de corrupção, prender Ashraf e outros 15 altos funcionários, inclusive um ex-ministro das Finanças e um ex-secretário de Finanças.
Ashraf é acusado de receber milhões de dólares de propina pela construção de duas hidrelétricas quando era ministro das Águas e Energia, de março de 2008 a fevereiro de 2011. Como o caso corre há um ano, a prisão neste momento era inesperada.
O Paquistão, hoje com 180 milhões de habitantes, é um país muçulmano nascido da independência da Índia do Império Britânico e de sua subsequente divisão, em 1947. Pelo menos 2 milhões de pessoas morreram na divisão. Desde então, Índia e Paquistão travaram três guerras entre si e desenvolveram armas nucleares. Ainda são inimigos.
Enquanto a Índia é um país democrático desde a fundação, o Paquistão é visto como um Estado fracassado, governado por ditaduras militares durante metade de sua história independente e por políticos corruptos no resto do tempo.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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