Ao contrário do previsto, as pesquisas de boca de urna indicam uma disputa apertada em Israel. Os partidos de direita teriam conquistado 61 cadeiras e a esquerda, 59. A coalizão Likud-Yisrael Beitenu, liderada pelo primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, elegeria 31 deputados. Ele fica no poder, mas sai enfraquecido. Talvez tenha de formar uma ampla coalizão com partidos favoráveis à paz com os palestinos.
Em seguida, ficou um novo partido centrista favorável ao processo de paz, Yesh Atid (Existe Futuro), com 19 deputados, seguido do Partido Trabalhista com 17 e do ultranacionalista Habayit Hayehudi (Lar Judaico), com 12. Os partidos religiosos ultraortodoxos devem eleger 18 deputados. Confira a apuração no jornal liberal israelense Haaretz.
De certa forma, o resultado significa uma rejeição das políticas de ultradireita de Netanyahu e de seu boicote sistemático ao processo de paz com os palestinos, um tema praticamente ausente da campanha. A esquerda concentrou suas críticas ao governo em problemas sociais como desemprego, desigualdade social, falta de moradia popular.
Mais fraco, o primeiro-ministro não recebeu carta branca para atacar o programa nuclear do Irã sozinho e quando quiser, uma decisão que pretendia tomar neste ano. A maioria do Estado-Maior e dos serviços secretos israelenses não quer ir à guerra se os Estados Unidos não forem junto.
A nomeação do senador John Kerry para secretário de Estado do segundo governo Barack Obama indica a decisão de optar pela diplomacia, recorrendo ao uso da força apenas em última instância, em contraste com o neoconservadorismo dos governos George W. Bush.
Ontem, em seu discurso de posse, Obama descreveu uns EUA como um país de possibilidades ilimitadas quando se livrar das guerras e da crise econômica herdadas do governo anterior. Não tem a intenção de entrar em novas guerras, como mostrou na Líbia, na Síria e agora no Máli.
O eleitorado israelense marchou para o centro em busca da paz.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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