Em nome da defesa da concorrência, o governo dos Estados Unidos acionou a Justiça hoje para impedir que a Anheuser-Busch InBev compre por US$ 20 bilhões o grupo Modelo SAB, alegando que o consumidor americano será prejudicado se os fabricantes da Budweiser e da Corona se fundirem numa única empresa.
Com o negócio fechado no ano passado, a AB InBev, maior cervejaria do mundo, queria aumentar sua participação no crescente mercado do México. Já é dona de 50% das ações do grupo Modelo, fabricante da Corona Extra, a cerveja importada mais vendida nos EUA, mas só tem 43% do capital votante. Queria comprar o resto para ter o controle da empresa.
Numa queixa de 27 páginas, o Departamento da Justiça alega que juntas a AB InBev e a Modelo têm 46% do mercado de cerveja nos EUA. Acusa ainda a AB InBev e a MillerCoors, as duas maiores fabricantes de cerveja do país, de "com frequência considerar mais lucrativo seguir os preços do concorrente" do que competir por uma fatia maior de mercado baixando preços.
Para fugir da alegação de prática monopolista a Modelo iria vender sua participação de 50% na empresa Crown Imports, uma parceria com a Constellation Brands, que importa a Corona nos EUA.
Assim, argumentou a AB InBev, a Constellation, controlando a importação e a venda da Corona nos EUA, seria responsável pelo seu preço no mercado americano, e não a própria AB InBev, que fixa o preço da Bud Light.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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