Nos últimos quatro meses, desde que denunciou o enriquecimento ilícito de parentes de altos dirigentes do regime comunista da China, o jornal The New York Times é alvo de ataques de piratas cibernéticos que tentam roubar senhas de seus repórteres e outros funcionários. O principal jornal dos Estados Unidos afirma que conseguiu repelir o ataque depois de contratar os serviços de uma empresa de segurança cibernética.
Os métodos usados foram semelhantes aos utilizados no passado por militares chineses para espionar os EUA. O principal alvo foi o chefe do escritório do NY Times em Xangai, a maior cidade e principal centro econômico da China, David Barboza. Ele assinou a reportagem revelando o enriquecimento ilícito de familiares do primeiro-ministro Wen Jiabao, que acumularam uma fortuna de US$ 2,7 bilhões.
"Especialistas em segurança cibernética não encontraram provas de que mensagens de correio eletrônico ou arquivos sensíveis relativos às reportagens sobre a família de Wen foram acessados, baixados ou copiados", declarou Jill Abramson, editora executiva do jornal.
Para tentar encobrir a origem do ataque, os ciberpiratas chineses entraram no sistema de computadores do NY Times através de universidades americanas.
Primeiro, para ter acesso, eles introduziram um vírus semelhante ao usado por hackers chineses no passado. Conseguiram invadir o correio de 53 empregados do jornal. A maioria não trabalha na redação do jornal em Nova York.
Não foram encontradas provas de que os chineses tenham procurado informações não relacionadas com as denúncias contra parentes do primeiro-ministro. Provavelmente quisessem apenas descobrir as fontes chinesas das denúncias contra a família de Wen Jiabao.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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