A Alemanha e a França comemoram hoje os 50 anos do Tratado do Eliseu, que marcou sua reconciliação histórica depois de duas guerras mundiais. Os dois países têm posições diferentes quanto à crise das dívidas públicas da Zona do Euro e a guerra no Norte do Máli, mas formam o eixo central do processo de integração da Europa.
Apesar de atravessar seu período mais difícil, a União Europeia é um exemplo de países que abriram mão parcialmente de sua soberania para criar uma sociedade supranacional comprometendo-se a resolver os conflitos entre si pacificamente. Por si só, isso representa um avanço histórico da humanidade, abdicar dos nacionalismos extremados em busca da paz perpétua sonha pelo Abade St.-Pierre e o filósofo alemão Immanuel Kant.
O modelo econômico europeu, a chamada "economia social de mercado", com seus fundos estruturais para ajudar o desenvolvimento dos países mais pobres, é um exemplo para uma globalização social-democrata.
Desde a queda do Muro de Berlim, em 1989, e da reunificação da Alemanha, em 1990, a relação ficou menos equilibrada do que era em 1963, quando o presidente francês Charles de Gaulle e o chanceler alemão assinaram o tratado. O presidente François Hollande e a chanceler Angela Merkel não preparam nenhum anúncio espetacular para marcar a data.
Além do maior peso político, a economia alemã é hoje muito mais competitiva do que a francesa, a ponto de causar inquietação em Berlim. Hollande admite que a França tem "um problema de competitividade" e "perdeu tempo" no seu esforço para "alcançar a Alemanha".
Mais importante é impedir que a pior crise econômica dos países ricos em 70 anos destrua uma experiência inédita na história da humanidade para transcender à guerra.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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