Há seis meses, a economia globalizada perdeu sua aura de invencibilidade.
Desde que o governo dos Estados Unidos deixou o banco de investimentos Lehman Brothers quebrar, em 15 de setembro de 2008, os preços dos produtos primários caíram pela metade. A produção e a demanda por produtos industriais entrou em queda livre no mundo inteiro.
O valor das empresas cotadas em bolsas de valores foi reduzido à metade. Várias moedas de economias emergentes se desvalorizaram, inclusive o real. As vendas externas dos maiores exportadores mundiais, Alemanha e China, despencaram. As exportações japonesas caíram ainda mais.
Cerca de 50 trilhões em ativos financeiros foram pulverizados. Só nos Estados Unidos, onde a crise começou com o calote das hipotecas de alto risco, os americanos ficaram US$ 18 bilhões mais pobres, com a desvalorização de ações e casas.
Os governos prometeram trilhões de dólares para sanear as finanças e retomar o crescimento, com poucos resultados visíveis até agora, além de evitar uma crise ainda pior. Darão resultado, mas a recuperação será longa.
Durante quatro anos até 2007, a economia mundial cresceu 5% ao ano. Agora, pela primeira vez desde o fim da Segunda Guerra Mundial, em 1945, a economia mundial vai encolher e também o comércio internacional.
Um mercado global e um sistema financeiro cada vez mais integrados transformaram-se em correias de transmissão da crise, amplificando-a e acelerando o processo de contaminação. O mercado de crédito interbancário ficou praticamente paralisado.
A falência do Lehman Brothers, em 15 de setembro de 2008, provocou pânico nos sistemas de pagamento nacionais e internacional. No dia seguinte, a violenta especulação contra a seguradora AIG (American International Group), que era a maior do mundo, obrigou o governo dos EUA a recuar e intervir, lançando o Plano de Estabilização Financeira, de US$ 700 bilhões, para evitar o colapso do sistema financeiro americano.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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