Em 14 de dezembro de 2008, George Walker Bush dava sua última entrevista coletiva em Bagdá como presidente dos Estados Unidos. Ao lado do primeiro-ministro Nuri al-Maliki, elogiava sua obra no Iraque, quando o repórter Muntazer al-Zaïdi se levantou e jogou dois sapatos contra o presidente, chamando-o de cachorro e dizendo que era um presente de despedida do povo do Iraque.
Bush se esquivou da sapatada. Zaïdi não escapou de truculência dos seguranças americanos e iraquianos, mas virou um herói no mundo muçulmano. Preso, ele foi processado por agressão a um chefe de Estado estrangeiro, crime punível no Iraque com pena de até 15 anos de prisão.
A defesa alegou que foi um insulto e não uma agressão, já que os sapatos não provocariam ferimento grave no presidente dos EUA.
Zaïdi alegou ter expressado o sentimento de repulsa do povo iraquiano ao líder que ordenou a invasão do país. Ele foi condenado há três anos, sob o protesto de um irmão do réu que denunciou o julgamento como político, controlado pelos EUA. A defesa promete recorrer.
Mais de cem mil iraquianos e cerca de 4,5 mil americanos foram mortos no Iraque desde a invasão ordenada por Bush em março de 2003 para derrubar o ditador Saddam Hussein.
Saddam caiu em 9 de abril e o país entrou num estado de anarquia que até hoje cobra em preço alto em vidas, com uma nova onda de atentados terroristas tentando frustrar o plano de retirada do presidente Barack Obama.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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