No aniversário de 50 anos de uma rebelião fracassada contra o domínio chinês, o Dalai Lama, líder político e espiritual do Tibete, acusou o regime comunista pela morte de centenas de milhares de tibetanos e de transformar o Tibete num "inferno na Terra".
O aniversário da revolta derrotada pelo Exército Popular de Libertação da China foi lembrado com vigílias luminosas em Hong Kong, na China, e Dharamsala, na Índia, onde o Dalai Lama lidera o governo tibetano no exílio.
No templo maior de Dharamsala, o décimo-quarto Dalai Lama, Tenzin Gyatso, criticou a China, acusando-a de provocar tantas dificuldades e sofrimento que transformaram o Tibete num inferno e de destruir milhares de templos, mosteiros e centros culturais.
Ele insistiu na reivindicação de autonomia. Oficialmente, o Tibete é uma região autônoma da República Popular da China. Na prática, o Partido Comunista chinês controla o Tibete com força militar. Já promoveu a migração forçada de 7 milhões de chineses da etnia han, que é maioria na China, para consolidar a ocupação.
Há um ano, no aniversário da rebelião de 1959, os tibetanos protestaram contra o domínio chinês e foram duramente reprimidos. Cerca de cem pessoas foram mortas e 7 mil tibetanos foram presos.
Este ano a China reforçou a segurança. Hoje, o governo chinês declarou que o Tibete apresenta indicadores econômicos que comprovam o desenvolvimento da região e decidiu festejar os "50 anos do fim da servidão".
Para o regime comunista chinês, ao invadir o Tibete por ordem de Mao Tsé-tung, o governo de Beijim libertou os tibetanos do regime medieval e de servidão imposto pelo Dalai Lama.
A China respondeu com os indicadores econômicos para alegar que levou progresso ã região. No ano passado, 7 mil tibetanos foram presos. Este ano o governo reforçou o policiamento, desencorajando protestos no Tibete.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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