Barack Obama quebrou mais um tabu da política americana: foi o primeiro presidente dos Estados Unidos no exercício do cargo a aparecer num programa de entrevistas ao vivo. Ontem à noite, Obama foi ao Jay Leno Show, mas não pôde evitar as questões sobre os bônus pagos a executivos de empresas salvas com dinheiro público.
Mais importante do que o dinheiro pago pela seguradora AIG (American International Group) a seus executivos, respondeu Obama, é toda uma cultura dominante no mercado financeiro de assumir riscos exagerados para ter altos ganhos em pouco tempo, já que esses ganhos são generosamente recompensados com bônus milionários.
Sob intensa pressão da opinião pública, seguindo o exemplo de Nova York, os procuradores-gerais de 19 estados abriram inquéritos para saber se alguém recebeu bônus da AIG na sua jurisdição.
Os executivos da empresa já se queixam de perseguição. A AIG foi a empresa que deflagrou o lançamento do Plano de Estabilização Financeira do governo George W. Bush, de US$ 700 bilhões, e recebeu a maior parte até agora, US$ 183 bilhões ao todo, sendo que falta desembolsar uma parte.
Mas o governo americano é hoje o maior acionista. Tem 80% da AIG, afirma o presidente da Comissão de Finanças da Câmara, deputado democrata Barney Frank. Reter parte dos US$ 30 bilhões prejudicaria a empresa e não os executivos recompensados apesar do prejuízo de US$ 62 bilhões que a AIG teve nos últimos três meses de 2008.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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