Pela primeira vez desde a Segunda Guerra Mundial, o Japão manda suas Forças Armadas para uma missão de combate fora de seu território e de seu mar territorial. Antes, soldados japoneses realizaram missões de transporte e de abastecimento em apoio a alianças militares lideradas pelos Estados Unidos, como na Guerra do Iraque, e participaram de operações de paz das Nações Unidas.
Neste sábado, dois contratorpedeiros saíram de sua base no porto de Kure, no Sul do Japão, com destino à costa da Somália, na região conhecida como Chifre da África, onde vão se somar à China e aos países europeus que combatem os piratas somalianos.
O agressivo imperialismo japonês foi a principal causa da Segunda Guerra Mundial na Ásia, também chamada de Guerra do Pacífico.
Em 1931, o Japão ocupou a Mandchúria, no Nordeste da China. Em 1937, o Exército Imperial invadiu o resto da China e cometeu atrocidades como o Massacre de Nanquim, em que 200 mil pessoas morreram. Em 7 de dezembro de 1941, os japoneses bombardearam, sem declarar guerra, a Frota do Pacífico dos EUA, baseada em Honolulu, no Havaí.
Durante a guerra, o Japão tomou todo o Sudeste Asiático sob o pretexto de libertar a região do "colonialismo ocidental".
A guerra terminou com as bombas atômicas em Hiroxima e Nagasaki, em 6 e 9 de agosto de 1945, e a rendição incondicional do imperador Hiroíto, em 15 de agosto.
Pelo artigo 9 da Constituição de 1947, imposta pelos EUA, as Forças de Defesa do Japão só poderiam atuar em missões de defesa . A primeira vez que voltaram a sair do Japão foi em 1992 para a missão de paz da ONU no Camboja.
Ao contrário da Alemanha, o Japão nunca reconheceu plenamente sua culpa pelos crimes de guerra. Isso é uma fonte de um mal-estar permanente com a China, as Coréias, a Indonésia, o Vietnã e outros países do Sudeste Asiático.
No santuário xintoísta de Yasukuni, no centro de Tóquio, estão enterrados cerca de 2,5 mil heróis de guerra japoneses, inclusive 14 criminosos de guerra condenados pelo Tribunal de Tóquio. Cada vez que um primeiro-ministro japonês mais nacionalista visita o santuário provoca reações negativas dos países vizinhos.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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