As eleições parlamentares previstas para janeiro para redemocratizar o Paquistão foram suspensas indefinidamente com base no estado de emergência decretado ontem pelo ditador Pervez Musharraf.
Há mais de cinco meses, os Estados Unidos tentavam articular um processo de transição para a democracia no Paquistão que incluiu negociações entre o general Musharraf e a ex-primeira-ministra Benazir Bhutto.
O segundo golpe de Musharraf, no poder desde 1999, desmoraliza mais uma vez a propalada intenção do governo George Walker Bush de promover a democracia no mundo muçulmano. Deixa os EUA sem opção no único país muçulmano com armas atômicas. É um país-chave na guerra contra o terrorismo dos fundamentalistas islâmicos por ser vizinho do Afeganistão e ter ajudado a criar a milícia dos Talebã.
Em agosto, um telefonema da secretária de Estado americana, Condoleezza Rice, foi suficiente para convencer o ditador a não decretar emergência. Desta vez, Musharraf não cedeu. Isso indica uma perda de influência dos EUA, na opinião do jornal The Washington Post .
É quase "um pesadelo de política externa", comenta hoje o jornal The New York Times.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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