A pressão pela demissão do comandante da Polícia Metropolitana da Grande Londres, comissário Ian Blair, aumentou nesta quinta-feira, 8 de novembro, com a divulgação de um relatório independente considerando que a morte do eletricista brasileiro Jean Charles de Menezes era "evitável". Ele levou sete tiros na cabeça dentro de um trem do metrô, em 22 de julho de 2005, depois de ser confundido com um suspeito de organizar atentados terroristas frustrados no dia anterior.
"Foram cometidos erros muito graves que deveriam e poderiam ter sido evitados", declarou o presidente da Comissão Independente de Reclamações contra a Polícia (IPCC, do inglês), Nick Hardwick. "Mas devemos ter todo o cuidado antes de culpar qualquer indivíduo em particular.
Na semana passada, um júri condenou a polícia de Londres por colocar a população sob risco desnecessário durante a operação que resultou na morte de Jean Charles, multando-a em 175 mil libras (R$ 642,5 mil). Mas a promotoria não denunciou nenhum dos 15 policiais investigados, nem mesmo a comandante da operação, comissária Cressida Dick.
O IPCC fez 16 recomendações para evitar mais mortes desnecessárias na luta contra o terrorismo.
De qualquer forma, o relatório independente aumentou a pressão das oposições conservadora e liberal-democrata pela renúncia de Ian Blair. "O comissário tentou evitar que investigássemos o caso", afirmou Hardwick.
No seu primeiro relatório, divulgado em agosto, o IPCC acusou a polícia londrina de mentir aos investigadores.
Ian Blair gostaria que o segundo relatório do IPCC encerrasse o assunto. Mas a ação civil de indenização movida pela família Menezes vai manter o assunto no noticiário.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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