sábado, 22 de junho de 2024

Hoje na História do Mundo: 22 de Junho

ANEXAÇÃO DA MACEDÔNIA

    Em 168 antes de Cristo, a República Romana derrota o rei Perseu na Batalha de Pidna (hoje Kitros, na Grécia) e anexa a Macedônia.

É a batalha decisiva na Terceira Guerra da Macedônia. Com manobras táticas de grande agilidade e destreza, o general romano Lúcio Emílio Paulo atrai os macedônios de sua posição inexpugnável no Rio Elpeu para uma planície ao sul de Pidna em que ficam mais vulneráveis.

As espadas pequenas e leves dos legionários romanos são mais eficientes do que as lanças dos macedônios no combate corpo a corpo. De cerca de 40 mil soldados macedônios, 25 mil são mortos e 10 mil viram prisioneiros.

É o fim da civilização helenística e da dinastia criada por Felipe da Macedônia e seu filho Alexandre, o Grande. Muito antes de se tornar oficialmente um império, em 27 AC, Roma é uma potência imperial. 

GALILEU SE RETRATA

    Em 1633, processado pela Inquisição, que o acusa de heresia, o físico e astrônomo italiano Galileu Galilei é obrigado a se tratar e rejeitar a teoria do polonês Nicolau Copérnico de que o Sol é o centro do Sistema Solar.

Galileu nasce em Pisa em 15 de fevereiro de 1564. Filho mais velho do músico Vincenzo Galilei. Nos anos 1570, a família vai para Florença. Em 1581, ele entra para a Universidade de Pisa para estudar medicina, mas se apaixona por matemática. Sai em 1585 sem se formar.

Durante anos, dá aulas particulares de matemática em Florença e Siena. Nesta época, ele pensa numa nova forma de equilíbrio hidrostático, entre a força da gravidade que atrai para dentro de uma estrela e força resultante da diferença de  e começa a estudar o movimento. Em 1588, candidata-se a professor de matemática na Universidade de Bolonha, mas não consegue a vaga. Em 1589, vira professor da Universidade de Pisa.

Ao jogar objetos de pesos diferentes da Torre Inclinada, derruba a tese de Aristóteles de que a velocidade de queda dos corpos depende do peso. Acredita mais nas ideias de Arquimedas. As críticas a Arquimedes o torna impopular entre os colegas e seu contrato não é renovado em 1592. Vai então para a Universidade de Pádua, onde leciona de 1592 a 1610.

Suas descobertas com o telescópio levaram à aceitação da teoria heliocêntrica do astrônomo polonês Nicolau Copérnico de que o Sol é o centro do Sistema Solar e a Terra orbita ao redor do Sol. Por ir contra a teoria geocêntrica de Ptolomeu, é processado pela Inquisição.

Em 1613, hierarcas da Igreja Católica começam a ficar alarmados pelo apoio de Galileu às ideias de Copérnico. No primeiro julgamento, em 1616, Galileu é condenado a "abster-se completamente de ensinar, defender ou discutir sua doutrina" e a "abandonar completamente a opinião de que o Sol fica parado no centro do mundo e a Terra se move e, doravante, não mantê-la, ensiná-la ou defendê-la, oralmente ou por escrito."

Em 1624, o papa Urbano VIII o autoriza a escrever suas teses, mas alerta para pegar leve com a teoria de Copérnico.

Com a publicação de Diálogo a Respeito dos Dois Principais Sistemas Mundiais, Ptolomaico e Copernicano, em 1632, Galileu é processado por heresia pela Inquisição e condenado à prisão perpétua em 1633. A pena é comutada para prisão domiciliar, em que ele fica até a morte, em 8 de janeiro de 1642.

Ele teria se retratado ao falar sobre a Terra e rejeitar a teoria de Copérnico, mas a frase "no entanto, ela se move", não tem comprovação histórica.

O Papa João Paulo II reabre a questão em 1979, mas a Igreja Católica reluta em aceita a verdade científica. Em 15 de fevereiro de 1990, em pronunciamento na Universidade La Sapienza, em Roma, o cardeal Joseph Ratzinger, futuro Papa Bento XVI, cita teólogos para dizer: "A Igreja no tempo de Galileu esteve mais perto da razão do que o próprio Galileu, e levou em consideração também as consequências éticas e sociais dos ensinamentos de Galileu. Seu veredito contra Galileu foi racional e justo, e a revisão deste veredito só pode ser justificada com base no que é politicamente oportuno."

Na época, o cardeal Ratzinger era prefeito da Sagrada Congregação para a Doutrina da Fé, o departamento mais antigo da Cúria Romana, a antiga Inquisição.

Em artigo no jornal oficial do Vaticano, L'Osservatore Romano, em 4 de novembro de 1992, João Paulo II admitiu o erro da Igreja: "Graças a sua intuição como um físico brilhante, e com base em diferentes argumentos, Galileu, que praticamente inventou o método experimental, entendeu por que o Sol poderia funcionar como centro do mundo como era conhecido então, isto é, do sistema planetário. O erro dos teólogos daquele tempo, quando mantiveram a centralidade da Terra, foi pensar que nosso conhecimento da estrutura física do mundo era, de alguma forma, imposto pelo sentido literal da Sagrada Escritura." 

NAPOLEÃO ABDICA

    Em 1815, depois da derrota na Batalha de Waterloo, o imperador Napoleão Bonaparte abdica pela segunda vez ao trono da França.

Napoleão nasce em 15 de agosto de 1769 em Ajácio, a capital da ilha da Córsega, que dois anos antes se torna parte da França. Com a derrocada da aristocracia na Revolução Francesa de 1789, Napoleão ascende rapidamente na hierarquia do Exército, onde antes para ser general precisava ter quatro gerações de nobreza.

General aos 24 anos, depois da campanha do Egito, em 1798, Napoleão é nomeado cônsul em 1799 e acaba com a revolução na França, enquanto seu exército cidadão luta contra as monarquias europeias. Em 1804, Napoleão se coroa imperador.

Ele não consegue invadir a Inglaterra por causa das derrotas para o almirante Horácio Nelson em Abukir (1799) e Trafalgar (1805). Mas controla maioria do continente, inclusive a Península Ibérica, o que provoca a fuga da família real portuguesa para o Brasil e a independência da América Latina.

Seu maior erro é a invasão da Rússia em 24 de junho de 1812 com o Grande Exército, de 600 mil homens. Depois de uma vitória francesa com enormes perdas na Batalha de Borodino, o Exército russo recua e incendeia Moscou, deixando os franceses sem abrigo e sem comida no início do outono no Hemisfério Norte. A fuga termina em 14 de dezembro. Napoleão nunca se recupera da Campanha da Rússia.

Em 1813, a Sexta Coligação contra Napoleão (Áustria, Prússia, Rússia, Reino Unido, Suécia e alguns estados alemães) o derrota na Batalha de Leipzig. No ano seguinte, seus inimigos invadem Paris. Em 11 de abril de 1814, Napoleão abdica e vai para o exílio na Ilha de Elba, no Mar Mediterrâneo.

O general foge de Elba em fevereiro de 1815 e retoma o poder em 20 de março, mas o segundo reinado dura apenas 100 dias. Um exército da Sétima Coligação (Reino Unido, Áustria, Prússia e Rússia), sob o comando do Duque de Wellington, vence Napoleão na Batalha de Waterloo, na Bélgica, em 18 de junho de 1815. Ele abdica em e vai preso para a Ilha de Santa Helena, uma possessão britânica no Oceano Atlântico, onde morre em 5 de maio de 1821.

ALEMANHA INVADE URSS

     Em 1941, começa a Operação Barbarossa, a invasão da União Soviética pela Alemanha nazista e aliados durante a Segunda Guerra Mundial (1939-45).


 
É o fim do Pacto Germano-Soviético, assinado em 23 de agosto de 1939 para dividir a Polônia e permitir à Alemanha Nazista tomar a Europa Ocidental sem temer ataques vindos do Leste. A maior invasão militar da história é o maior erro de Adolf Hitler e custa a derrota. Mais de 80% das tropas alemãs são derrotadas na frente oriental.

A invasão nazista tem três braços. Na frente norte, marcha rumo a Leningrado, hoje São Petersburgo, cercada durante 900 dias sem que a Alemanha tenha conseguido conquistar a antiga capital da Rússia czarista. No centro, avança sobre Moscou, mas não consegue tomar a capital russa, protegida pelo rigor do inverno, e perde a Batalha de Moscou. Na frente sul, toma Kiev, a capital da Ucrânia e avança até Stalingrado.

Na Batalha de Stalingrado, talvez a mais importante a história, com cerca de 2 milhões de mortes de 23 de agosto de 1942 a 2 de fevereiro, o Exército Vermelho contém a ofensiva nazista e inicia a marcha rumo a Moscou, que tomaria em 8 de maio de 1945, no fim da guerra na Europa.

Do ponto de vista do número de mortes, a Segunda Guerra Mundial é principalmente um conflito entre a URSS, que perdeu 27 milhões de pessoas, e a Alemanha, que perdeu 11 milhões.

CAÇA ÀS BRUXAS

    Em 1950, como parte da campanha do senador Joseph McCarthy contra a "ameaça vermelha" durante a Guerra Fria, músicos como Leonard Bernstein, Aaron Copland, Lena Horn e Pete Seeger são acusados de simpatizar com o comunismo no documento Canais Vermelhos: o relatório sobre a influência comunista no rádio e na televisão.

Eles se juntam a outros nomes da indústria cultural dos EUA como Orson Welles, Lilian Hellman, Arthur Miller, Dorothy Parker e Charles Chaplin.

McCarthy fica conhecido naquele ano por sua cruzada contra a suposta infiltração esquerdista nos EUA alegando havia mais de 200 "notórios comunistas" no Departamento de Estado. Nos anos seguintes, estende sua campanha sobre a Ameaça Vermelha a todos os órgãos do governo dos EUA e a outros setores, como o cultural.

Mesmo sem descobrir nenhum comunista enrustido, o macartismo provoca uma histeria anticomunista e a perseguição política de supostos esquerdistas. 

Em 1954, McCarthy está marginalizado. Quando fazia acusações durante o governo democrata de Harry Truman (1945-53), os republicanos o usam como arma política. Depois da vitória e posse de Dwight Eisenhower (1953-61), vira um estorvo para o Partido Republicano.

Com o seu poder desvanecendo, em 1954, McCarthy começa investigações sobre infiltração comunista no Exército dos EUA. Como as audiências são televisionadas, pela primeira vez o povo americano vê o senador McCarthy em ação. Seu estilo agressivo e histérico desagrada.

Em uma última e desesperada tentativa de se reabilitar, McCarthy denuncia a infiltração na CIA, mas ninguém o leva a sério. O presidente Eisenhower, o secretário de Estado, John Foster Dulles, e o diretor-geral da CIA, Allen Dulles, irmão do secretário, rejeitam as acusações como temerárias e sem fundamento.

Ontem, uma subsecretária do governo Donald Trump afirmou que McCarthy estava certo ao denunciar a infiltração comunista no governo dos EUA e que o mesmo Estado Profundo atacou McCarthy, derrubou o presidente Richard Nixon e hoje ataca Donald Trump, um neofascista, o único presidente dos EUA até hoje que não reconheceu a derrota e tentou dar um golpe de Estado para não entregar o poder democraticamente. 

sexta-feira, 21 de junho de 2024

Hoje na História do Mundo: 21 de Junho

RATIFICADA A CONSTITUIÇÃO DOS EUA

    Em 1788, Novo Hampshire se torna o nono estado a ratificar a Constituição dos Estados Unidos, que assim recebe a aprovação final para entrar em vigor em 4 de março de 1789.

A Convenção Constitucional se reúne em 25 de maio de 1787 sob a presidência de George Washington, comandante do Exército Continental, e redige uma Constituição com um governo federal forte, assinada em 17 de setembro por 38 dos 41 convencionais, que entra em vigor ao ser ratificada por pelo menos 9 dos 13 estados da União, 75% do total.

A partir de dezembro, cinco estados ratificam rapidamente a Constituição dos EUA: Delaware, Pensilvânia, Nova Jérsei, Geórgia e Connecticut. Massachusetts é contra pela falta de proteção a direitos fundamentais como as liberdades de expressão, de imprensa e religiosa.

Diante da promessa de que serão aprovadas emendas para garantir os direitos fundamentais, Massachusetts, Maryland e a Carolina do Sul ratificam a carta magna. Novo Hampshire é o nono estado a aprovar, seguido pela Virgínia e por Nova York.

Em 25 de setembro de 1789, o Congresso criado pela Constituição aprova 12 emendas. Dez seriam ratificadas até 1791 para garantir os direitos fundamentais.

A Carolina do Norte ratifica a carta em novembro de 1789. Rhode Island resiste, por ser contra a adoção de uma moeda única, até ser ameaçado de corte das relações comerciais pelo governo federal. Só ratifica em 29 de maio de 1790. 

A Constituição dos EUA é a mais antiga constituição nacional escrita em vigor no mundo. 

A Constituição de Massachusetts é mais antiga, de 1780. Tem cláusulas democráticas como o direito de qualquer cidadão de propor emendas. Todo ano a Assembleia Legislativa recebe de 5 a 7 mil emendas de iniciativa popular, que são examinadas por uma comissão para ver se são compatíveis com a carta antes de tramitar.

IBÉRIA LIVRE

    Em 1813, a França perde a Batalha da Vitória, na Guerra Peninsular, para forças do Reino Unido, da Espanha e de Portugal. Depois de nova derrota, na Batalha dos Pirineus, em 25 de julho, as tropas francesas saem em outubro do território espanhol. É o fim da invasão napoleônica da Península Ibérica, iniciada em 1807, quando a família real portuguesa foge para o Brasil.

A pretexto de reforçar as tropas que ocupam Portugal, o imperador francês Napoleão Bonaparte manda invadir a Espanha em 16 e fevereiro de 1808. É um momento crítico das guerras decorrentes da Revolução Francesa, que assolaram a Europa de 1792 a 1815. 

Em semanas, a invasão francesa toma Pamplona e Barcelona. O rei Felipe IV é obrigado a abdicar ao trono em 19 de março. Quatro dias depois, as tropas francesas sob o comando do general Joachim Murat conquistam Madri.

O Levante de 2 de Maio de 1808 contra as atrocidades cometidas pelo invasor causa uma resposta brutal de Murat, com a morte de cerca de 400 rebeldes e o fuzilamento de 44, registrado em quadro do pintor Francisco de Goya. 

Em 15 de junho, Napoleão proclama seu irmão José Bonaparte como rei da Espanha, deflagrando uma revolta generalizada na Península Ibérica. 

Uma força expedicionária britânica sob o comando do general Arthur Wellesley, o Duque de Wellington, intervém em 1809 e consegue libertar Portugal. 

A guerra na Espanha se arrasta, com a participação de bandos armados irregulares. As guerrilhas lançavam ataques rápidos e surpreendentes aos franceses e se retiravam em seguida. Uma antiga tática de guerra contra ocupações estrangeiras e exércitos mais poderosos ganha o nome de guerrilha durante a Guerra Peninsular.

A derrota da França é selada em 21 de junho de 1813, quando uma força aliada de 80 mil homens, sob o comando de Wellesley, vence o exército de 66 mil soldados de José Bonaparte. Em outubro, a Península Ibérica está liberada. 

Os aliados continuam a ofensiva. Invadem a França e vão até Toulouse. A ofensiva termina quando Napoleão abdica, em 11 de abril de 1814, e vai para o exílio na Ilha de Elba, no Mar Mediterrâneo, de onde foge com 700 homens em 25 de fevereiro de 1815. De volta a Paris, em 20 de março, reassume o trono por um breve período de 100 dias.

Sob o comando do Duque de Wellington, forças do Reino Unido, da Holanda, da Prússia e de principados germânicos derrotam Napoleão definitivamente na Batalha de Waterloo, na Bélgica, em 18 de junho de 1815. O imperador morre seis anos depois, em 5 de maio de 1821, no exílio na Ilha de Santa Helena, no Oceano Atlântico.

MORRE GENERAL QUE PERDEU PARTE DO MÉXICO

    Em 1876, morre na miséria na Cidade do México o general Antonio López de Santa Anna, que invade o Texas e vence a Batalha de El Álamo, mas depois perde mais de 40% do território do país para os Estados Unidos.

Santa Anna ganha destaque na Guerra da Independência do México (1810-21). Eleito presidente em 1833, proclama-se ditador em 1835 e entra em conflito com o movimento pela independência do estado mexicano do Texas, liderada pela população de origem europeia.

Para esmagar o movimento independentista, Santa Anna invade o Texas em 1836, derrota os rebeldes nas batalhas de El Álamo e Goliad, e ordena pessoalmente a execução de 400 prisioneiros. "Lembrem do Álamo" vira o grito de guerra da Revolução Texana.

Num ataque de surpresa em 21 de abril de 1836, os texanos aniquilam o exército de Santa Anna em São Jacinto. Capturado, sob ameaça de execução, Santa Anna ordena a retirada. O Texas se torna independente e pede anexação aos EUA.

Com a instabilidade política no México, o general Santa Anna toma e perde o poder 11 vezes até ser definitivamente deposto em 1855. É um dos responsáveis pela Guerra Mexicano-Americana (1846-48), em que o México perde mais de 40% de seu território.

Quando os EUA finalmente anexam o Texas, em 1845, o México não aceita. Não reconhece o Tratado de Velasco, assinado pelo general Santa Anna e o estado que era parte do território mexicano. Em 1844, James Polk havia sido eleito presidente dos EUA com a promessa de expandir o país territorialmente e anexar o Texas e o Oregon.

Diante de conflitos na fronteira entre o Texas e o México ao longo do Rio Grande, os EUA enviam tropas à região. Depois que as forças mexicanas atacam os norte-americanos em 25 de abril de 1846, o Congresso dos EUA declara guerra. 

No fim do conflito, pelo Tratado de Guadalupe Hidalgo, o México cede territórios que hoje são os estados da Califórnia, Nevada, Utah, a maior parte do Arizona e partes do Colorado, do Novo México e de Wyoming, no total de 1,37 milhão de quilômetros quadrados, mais de 41% do território mexicano. O México tem hoje 1,958 milhão de km2.

O escritor e naturalista americano Henry David Thoreau cria o conceito de desobediência civil ao se negar a pagar impostos que financiam a guerra contra o México e se recolhe para suas terras junto ao Lago de Walden, em Massachusetts. Suas ideias paficistas e seu conceito de "desobediência civil" influenciaram Leon Tolstoy, Mohandas Gandhi e Nelson Mandela.

MÉXICO CONTRA-ATACA

    Em 1916, o Exército do México ataca uma força invasora dos EUA liderada pelo general John Pershing, que tenta punir o exército revolucionário de Pancho Villa pela execução de 16 norte-americanos. Mais de 30 mexicanos morrem. Os EUA têm 22 baixas.

Com a renúncia do presidente Victoriano Huerta, em 1914, Villa trava uma luta pelo poder com Venustiano Carranza, antigo aliado na Revolução Mexicana. No fim de 1915, derrotado, Pancho Villa e seu exército se refugiam nas montanhas do Norte do México.

Para se vingar do apoio do presidente Woodrow Wilson a Carranza, Villa executa 16 norte-americanos em Santa Isabel, no Norte do México. Em 9 de março de 1916, o exército rebelde invade a cidade fronteiriça de Columbus, no Novo México, mata 17 norte-americanos e incendeia o centro da cidade.

Seis dias depois, sob as ordens de Wilson, uma força de 10 mil soldados sob o comando de Pershing lança a operação punitiva. Pela primeira vez, o Exército dos EUA usa forças mecanizadas, incluindo carros de combate e aviões.

Durante 11 meses, os norte-americanos perseguem o líder revolucionário, que escapa por conhecer o terreno e ter apoio popular. A ação quase deflagra uma nova guerra entre o México e os EUA. Não há conflito porque os EUA estão perto de entrar na Primeira Guerra Mundial (1914-18) na Europa.

Além do ataques a navios norte-americanos pela Alemanha no Oceano Atlântico, uma das razões da intervenção militar americana na Europa é o Telegrama Zimmermann.

Em 16 de janeiro de 1917, o ministro do Exterior alemão envia um despacho ao embaixador no México, Heinrich von Eckart. Propõe uma aliança militar em que a Alemanha ajudaria o México a recuperar o território perdido na Guerra Mexicano-Americana (1846-48).

Pancho Villa continua com suas ações revolucionárias no Norte do México. É anistiado em 1920, no fim da Revolução Mexicana, e assassinado três anos depois em Parral.

FIM DA BATALHA DE OKINAWA

    Em 1945, no fim da Segunda Guerra Mundial (1939-45), os Estados Unidos vencem a resistência japonesa em Okinawa, uma ilha estratégica situada entre Taiwan e o Japão, alvo da maior operação de assalto anfíbio da Guerra no Pacífico, iniciada em 1º de abril com 60 mil soldados norte-americanos contra mais de 100 mil japoneses.

A partir do dia 4 de abril, ondas de ataques suicidas lançadas por pilotos japoneses, os kamikazes, visam as forças norte-americanas. Ao todo, 2 mil kamikazes dão a vida para defender a ilha. 

O Japão perde ao menos 110 mil soldados e de 40 a 150 mil civis na batalha e os EUA, 12,5 mil soldados. Os comandantes dos dois lados morrem. Dos 36 navios aliados destruídos, a maioria é alvo dos pilotos suicidas.

Como a moral japonesa considera a rendição degradante e humilhante, o heroísmo está em morrer no combate, menos de 8 mil japoneses se entregam.

Depois da vitória em Okinawa, os EUA começam a preparar a invasão das quatro maiores ilhas do arquipélago japonês. Antes, na Batalha de Iwo Jima, de 19 de janeiro a 26 de março de 45, morrem cerca de 18 mil japoneses e 6.821 americanos; 216 japoneses se rendem e cerca de 3 mil continuam resistindo numa guerra de guerrilhas.

Diante das perdas em Iwo Jima e Okinawa, os EUA estimam que uma invasão às grandes ilhas do Japão poderia custar um milhão de vidas. As bombas atômicas lançadas contra Hiroxima em 6 de agosto e Nagasaki em 9 de agosto levam à rendição japonesa em 15 de agosto, pondo fim à Segunda Guerra Mundial. 

Pelo menos 140 mil pessoas morrem imediatamente nos únicos ataques da história com armas nucleares, 80 mil em Hiroxima e 40 mil em Nagasaki. Com as mortes que continuam até hoje por causa da radiação, o total de mortes passa de 300 mil.

Nunca mais houve guerra direta entre grandes potências. A corrida armamentista entre os EUA e a URSS durante a Guerra Fria leva ao equilíbrio do terror nuclear porque a destruição era mutuamente assegurada.

Hoje, com a guerra da Rússia contra a Ucrânia, a ameaça de uma guerra nuclear está de volta.

ROCK RURAL

    Em 1965, a banda The Byrds (Gene Clark, Chris Hilman, Roger McGuinn, David Crosby e Michael Clarke) lança seu primeiro disco, Mr. Tambourine Man, iniciando a revolução do folk-rock, o rock rural.


 Logo, se torna um grande sucesso e a música-título do álbum conquista o primeiro lugar nas paradas de sucesso como compacto simples. É a única canção de Bob Dylan a chegar ao topo da lista de mais vendidas.

quinta-feira, 20 de junho de 2024

Hoje na História do Mundo: 20 de Junho

 TERCEIRO ESTADO REJEITA DISSOLUÇÃO 

   Em 1789, os deputados do Terceiro Estado, representantes dos comuns e do baixo clero, proibidos de se reunir em Versalhes, desafiam a ordem de dissolução do rei Luís XVI e se encontram no Jeu de Pomme, uma quadra de tênis coberta, onde fazem o Juramento da Quadra de Tênis. Prometem não se dispersar antes de mudar a Constituição da França.

Luís XVI ascende ao trono em 1774 e não consegue superar a crise financeira herdada do avô Luís XV, em parte resultante da derrota para o Império Britânico na Guerra dos Sete Anos (1756-63), quando a França perde as possessões na Índia e a maior parte do Canadá. Esta guerra é também uma das causas da independência dos Estados Unidos.

Sob intensa pressão popular depois de invernos rigorosos que causam quebras de safras, fome e queda nos impostos pagos pelos camponeses à aristocracia, em 24 de janeiro de 1789, Luís XVI convoca os Estados Gerais, a assembleia nacional onde estão representados os três estados da França (clero, nobreza e povo), que não se reunia desde 1614. A sociedade francesa havia mudado. O Terceiro Estado não era só o campesinato, incluía a burguesia em ascensão.

Diante de uma série de reivindicações de reformas, Luís XVI dissolve os Estados Gerais. Menos de um mês depois, em 14 de julho, os parisienses tomam a Bastilha, uma prisão-símbolo do regime. A Tomada da Bastilha marca o início da Revolução Francesa. Luís XVI e a rainha Maria Antonieta seriam guilhotinados em 1793, durante o Período do Terror.

RAINHA VITÓRIA

    Em 1837, com a morte do rei Guilherme IV, a rainha Vitória ascende ao trono do Reino Unido da Grã-Bretanha e da Irlanda. Durante seu reinado, de 63 anos e 216 dias, que vai até 1901, o Império Britânico se torna a maior potência mundial. A partir de 1876, Vitória é também imperatriz da Índia. É a última representante da Dinastia de Hannover e dá seu nome a uma era, a Era Vitoriana.

Alexandrina Vitória nasce no Palácio de Kensington, em Londres, em 24 de maio de 1819, filha do príncipe Eduardo, Duque de Kent e de Strathearn, quarto filho do rei George III, e da princesa Vitória de Saxe-Coburg-Saalfeld. Ela ascende ao trono aos 18 anos porque os três irmãos mais velhos do pai morrem sem deixar descendência legítima.

Monarca constitucional, Vitória tenta exercer influência política e se torna um ícone nacional associado a padrões rígidos de moralidade, a moral vitoriana.

Em 1840, Vitória se casa com o príncipe Albert de Saxe-Coburg e Gotha, que leva a tradição alemã do Natal para o Reino Unido. Seus nove filhos se casam com famílias reais e nobres do continente. Vitória é chamada de Avó da Europa.

Após a morte do marido, em 1861, Vitória se recolhe, mas depois reaparece e recupera a popularidade. Ela morre em 22 de janeiro de 1901 na Osborne House, na Ilha de Wight. É sucedida por seu filho Eduardo VII, primeiro rei da Dinastia de Saxe-Coburg e Gotha, a dinastia atual, que adota o nome de Windsor para tirar o sobrenome alemão durante a Primeira Guerra Mundial (1914-18).

GUERRA DOS BOXERS

    Em 1900, começa na China a Guerra dos Boxers.

Cem mil nacionalistas, que se apresentam como I Ho Ch'uan (Sociedade dos Punhos Justos e Harmoniosos), na verdade praticantes de kung fu, invadem Beijim com o apoio da imperatriz Tzu'u Hzi ou Cixi e atacam o bairro diplomático, cercam representações de outros países, destroem igrejas e matam estrangeiros, inclusive o embaixador da Alemanha, Barão von Ketteller.

A China, o Império do Meio ou do Centro, há séculos era a potência dominante, o centro do mundo, na Ásia. Durante o século 19, o Império Britânico derrota o decadente Império Chinês nas Guerras do Ópio (1839-42 e 1856-60) para impor o livre comércio, inclusive de ópio, e o Japão acaba com a ordem sinocêntrica ao vencer a Primeira Guerra Sino-Japonesa (1894-95). 

Os boxers se rebelam contra a crescente influência de potências estrangeiras, que dominavam a economia chinesa. Acreditam que poderiam vencer as armas de fogo com técnicas da arte marcial chinesa. É uma volta contra estrangeiros, anticolonialista e anticristã.

A imperatriz pass a apoiar o grupo em 1898. No ano seguinte, começam os ataques a estrangeiros e chineses cristãos. Em 14 de agosto de 1899, uma força internacional com soldados alemães, americanos, britânicos, franceses, japoneses e russos tomam a capital chinesa.

Em 18 de junho de 1900, a imperatriz Cixi manda matar todos os estrangeiros, inclusive diplomatas e suas famílias. A guerra começa dois dias depois.

O Protocolo de Beijim, de 7 de setembro de 1901, marca o fim da revolta. A China aceit acordos econômicos favoráveis às grandes potências, paga US$ 333 milhões em indenizações e forças estrangeiras ficam estacionadas permanentemente em território chinês.

ESTREIA DE TUBARÃO

    Em 1975, estreia nos Estados Unidos Tubarão, de Steven Spielberg, o filme que fez as pessoas terem medo de entrar no mar. É a história baseada num livro de sucesso de um grande tubarão branco que aterroriza uma cidade da Nova Inglaterra.

É o primeiro grande sucesso de Spielberg, que filmaria Contatos Imediatos do Terceiro GrauCaçadores da Arca Perdida, ET: o ExtraterrestreParque JurássicoA Lista de SchindlerSalvando o Soldado Ryan e LincolnTubarãoET Parque Jurássico estão entre as maiores bilheterias da história do cinema.

Quarenta e sete anos depois, Spielberg manifesta arrependimento por dirigir o filme que demonizou o tubarão branco, por causa do impacto ecológico. A população de tubarões caiu em 70% desde os anos 1970, em parte também por causa do crescimento econômico da China, onde a sopa de barbatana de tubarão é uma iguaria.

SEM PENA DE MORTE PARA DEFICIENTES MENTAIS

    Em 2002, no caso Atkins v. Virginia, por 6-3, a Suprema Corte considera que aplicar a pena de morte a pessoas com deficiência mental ou intelectual viola a Emenda nº 8 à Constituição dos Estados Unidos, que protege contra "punição cruel e incomum".

Por volta da meia-noite de 16 para 17 de agosto de 1996, depois de passar o dia bebendo e fumando maconha, Daril Atkins e um cúmplice, William Jones, assaltam e sequestram o soldado Eric Nesbitt, aviador da Base Aérea de Langley, no estado da Virgínia. 

Insatisfeitos com os US$ 60 que Nesbitt tem no bolso, eles vão até um caixa eletrônico, obrigam o militar a pegar mais US$ 200. Depois o levam para um local deserto e o assassinam com oito tiros. Os dois são presos rapidamente. Um acusa o outro, mas a polícia vê inconsistências nos depoimentos de Atkins, conclui que ele deu os tiros e faz um acordo com Jones para acusar o cúmplice e assim ser poupado da pena de morte.

Durante o julgamento em primeira instância, o advogado de Atkins apresenta o histórico escolar e um teste de inteligência do réu com QI (quociente intelectual) 59, que indica um "retardo mental leve". Mesmo assim, Atkins recebe uma sentença de pena de morte.

O Tribunal de Justiça da Virgínia confirma a condenação, mas anula a sentença. A procuradoria entra com dois agravantes: o "futuro perigo" que Atkins representa e pelo crime ter sido cometido de "maneira vil". O TJ da Virgínia confirma a sentença.

Quando a Suprema Corte decide este caso, apenas 18 dos 38 estados que aplicam a pena de morte isentam condenados com deficiência mental ou intelectual. A Suprema Corte aceita o caso para firmar jurisprudência.

A decisão diz que ao contrário de outros pontos da Constituição a Emenda nº 8 deve ser interpretada tendo em vista a "evolução dos padrões de decência que marcam o progresso de uma sociedade em amadurecimento".

quarta-feira, 19 de junho de 2024

Hoje na História do Mundo: 19 de Junho

 FIM DA ESCRAVIDÃO NOS EUA

    Em 1865, o Exército da União chega a Galveston, no Texas, sob o comando do general Gordon Granger e anuncia o fim da Guerra da Secessão (1861-65) e a Abolição da Escravatura nos Estados Unidos.

A data, conhecida como Juneteenth, é declarada feriado nacional pelo presidente Joe Biden em 2021.

O presidente Abraham Lincoln faz a Proclamação de Emancipação em 1º de janeiro de 1863, quando o país está em guerra civil porque os estados do Sul não aceitam a abolição e querem se separar da União. Nestes estados, a escravidão só acaba com a vitória do Norte.

O comandante militar da Confederação, general Robert Lee, se rende em 9 de abril de 1865, mas algumas forças ainda resistem.

A Guerra da Secessão ou Guerra Civil Americana é o conflito mais sangrento da história dos EUA, com 620 mil mortes.

EXECUÇÃO DO IMPERADOR MAXIMILIANO

   Em 1867, o arquiduque austríaco Ferdinando Maximiliano, coroado imperador do México pelo imperador Napoleão III, da França, em 1864, é executado por ordem de Benito Juárez, presidente da República Mexicana.

Juárez, um liberal, assume a Presidência do México em 1861, com o país falido e declara moratória das dívidas com a Espanha, a França e o Reino Unido. Em resposta, as potências imperiais enviam navios de guerra a Veracruz para cobrar as dívidas.

A Espanha e o Reino Unido negociam com Juárez, mas Napoleão III aproveita a oportunidade criada pela Guerra da Secessão (1861-65) nos EUA para ampliar seu império na América. No fim de 1861, a França invade e toma o México. Maximiliano é proclamado imperador mexicano.

O conceito de América Latina é criado pelos franceses para justificar a intervenção no México.

Seis anos depois, em aliança com os EUA pós-Guerra Civil, Juárez retoma o poder. Abandonado por Napoleão III, Maximiliano é preso e fuzilado.

BATALHA DO MAR DAS FILIPINAS

    Em 1944, os Estados Unidos e o Império do Japão travam um grande confronto aeronaval, a Batalha do Mar das Filipinas, perto das Ilhas Marianas, durante um assalto anfíbio norte-americano à ilha de Saipan. A maior batalha de porta-aviões da Segunda Guerra Mundial (1939-45) termina no dia seguinte com a vitória dos EUA.

A batalha começa quando o almirante Ozawa Jisaburo lança quatro ondas de ataque com 430 aviões contra a esquadra sob o comando do almirante Raymond Spruance. O resultado é desastroso. No primeiro dia, o Japão perde mais de 200 aviões e dois porta-aviões. 

Ao fugir rumo à ilha de Okinawa, no segundo dia, os japoneses perdem mais um porta-aviões e mais 100 aviões. Diante da grande vitória, o almirante Spruance decide não perseguir o inimigo, o que é discutido até hoje. Os EUA perdem 109 homens e 130 aviões, e tem um couraçado avariado. Não perdem nenhum navio.

A Batalha do Mar das Filipinas acaba com a capacidade ofensiva da aviação naval japonesa.

ESPIONAGEM NUCLEAR

    Em 1953, depois da rejeição de vários apelos e pedidos de clemência, o casal Julius e Ethel Rosenberg é executado na cadeira elétrica na prisão Sing Sing, em Ossining, no estado de Nova York após condenação por espionagem por passar segredos nucleares dos Estados Unidos à União Soviética.

Ethel Greenglass nasce em Nova York em 28 de setembro de 1915. Sonha em ser atriz e cantora, mas, depois de concluir o ensino médio, trabalha como secretária numa companhia de navegação.

Julius Rosenberg nasce em Nova York em 12 de maio de 1918. Quando jovem, entra para a Juventude Comunista, onde conhece Ethel, em 1936. Eles se casam em 1939, ano em que ele se forma em engenharia elétrica. No ano seguinte, Julius vai trabalhar no Exército como técnico em radares e o casal começa a procurar segredos militares para passar à URSS.

O irmão de Ethel, David Greenglass, consegue emprego como maquinista do Projeto Manhattan, que desenvolve a bomba atômica, conseguiu informações sobre o projeto nuclear. Os Rosenberg passaram essas informações ao suíço Harry Gold, o pombo-correio deste grupo de espiões, que as entrega a Anatoly Yakovlev, vice-cônsul soviético em Nova York.

Julius é demitido do Exército em 1945 por ter omitido que era membro do Partido Comunista e preso em 23 de maio de 1950 em consequência da prisão de Klaus Fuchs, preso por passar segredos nucleares dos EUA e do Reino Unido à URSS, que faz sua primeira explosão atômica em 29 de agosto de 1949.

O casal vai a julgamento em 6 de março de 1951. É condenado em 29 de março e recebe a pena de morte em 5 de abril. Os dois são executados na cadeira elétrica.

NOVO REI DA ESPANHA

    Em 2014, Felipe VI torna-se rei da Espanha depois de abdicação de seu pai, Juan Carlos I, envolvido em escândalos de corrupção.

Juan Carlos I ascende ao trono em 22 de novembro de 1975, com a morte do ditador Francisco Franco, que estava no poder desde a vitória na Guerra Civil Espanhola (1936-39).

O rei tem um papel importante na consolidação da democracia ao resistir à tentativa de golpe militar do coronal Antonio Tejero Molina, em 23 de fevereiro de 1981. 

Seu prestígio entra em declínio quando os espanhóis ficam sabendo, em 2012, em meio à Grande Recessão (2008-14), que Juan Carlos I fora caçar elefantes na África. Ele também é acusado de ter dinheiro no exterior.

Felipe VI toma atitudes progressistas, como receber defensores dos direitos dos LGBTs (lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros) e reduzir seu salário em 20%. Chega a aparecer na capa de uma revista gay e apoia uma lei proibindo a família real de receber presentes.

terça-feira, 18 de junho de 2024

Hoje na História do Mundo: 18 de Junho

INÍCIO DA GUERRA DE 1812

    Em 1812, o presidente James Madison declara guerra ao Império Britânico. Começa a Guerra de 1812 ou Guerra Anglo-Americana, uma consequência das guerras napoleônicas na Europa.

Como o Reino Unido é seu grande inimigo, Napoleão decreta o Bloqueio Continental, proibindo os países do continente europeu de negociar com os britânicos. Isto causa a fuga da família real de Portugal, antigo aliado da Inglaterra, para o Brasil.

Nos EUA, os federalistas apoiam o Reino Unido enquanto os republicanos preferem a França Revolucionária. Os britânicos, que dominam os mares, têm relações comerciais com os sulistas e tentam impedir acordos entre os franceses e os nortistas, infringindo os direitos comerciais e de navegação dos EUA. Com a guerra, tentam reconquistar a ex-colônia.

Os EUA invadem o Canadá, tomam várias cidades e tentam convencer os colonos a romper com a coroa britânica e se juntar aos EUA, mas os britânicos mobilizam uma grande quantidade de tropas, obrigam os invasores a recuar, invadem os EUA e incendeiam Washington, inclusive a Casa Branca, em 24 de agosto de 1814.

A guerra termina com o Tratado de Gante, que restaura o status quo anterior à guerra, em 17 de fevereiro de 1815. A reconstrução da capital dos EUA vai até 1819.

BATALHA DE WATERLOO

    Em 1815, a Sétima Coligação (Reino Unido, Áustria, Prússia e Rússia), vence o imperador francês Napoleão Bonaparte e põe fim a 23 anos de guerras entre a França Revolucionária e outras potências europeias.

Napoleão nasce em 15 de agosto de 1769 em Ajácio, a capital da ilha da Córsega, que dois anos antes se torna parte da França. Com a derrocada da aristocracia na Revolução Francesa de 1789, Napoleão ascende rapidamente na hierarquia do Exército, onde antes para ser general precisava ter quatro gerações de nobreza.

General aos 24 anos, depois da campanha do Egito, em 1798, Napoleão é nomeado cônsul em 1799 e acaba com a revolução na França, enquanto seu exército cidadão luta contra as monarquias europeias. Em 1804, Napoleão se coroa imperador.

Ele não consegue invadir a Inglaterra por causa das derrotas para o almirante Horácio Nelson em Abukir (1799) e Trafalgar (1805). Mas controla maioria do continente, inclusive a Península Ibérica, o que provoca a fuga da família real portuguesa para o Brasil e a independência da América Latina.

Seu maior erro é a invasão da Rússia em 24 de junho de 1812 com o Grande Exército, de 600 mil homens. Depois de uma vitória francesa com enormes perdas na Batalha de Borodino, o Exército russo recua e incendeia Moscou, deixando os franceses sem abrigo e sem comida no início do outono no Hemisfério Norte. A fuga termina em 14 de dezembro. Napoleão nunca se recupera da Campanha da Rússia.

Em 1813, a Sexta Coligação contra Napoleão (Áustria, Prússia, Rússia, Reino Unido, Suécia e alguns estados alemães) o derrota na Batalha de Leipzig. No ano seguinte, seus inimigos invadem Paris. Em 11 de abril de 1814, Napoleão abdica e vai para o exílio na Ilha de Elba, no Mar Mediterrâneo.

O general foge de Elba em fevereiro de 1815 e retoma o poder em 20 de março, mas o segundo reinado dura apenas 100 dias. Um exército da Sétima Coligação (Reino Unido, Áustria, Prússia e Rússia), sob o comando do Duque de Wellington, vence Napoleão na Batalha de Waterloo, na Bélgica, em 18 de junho de 1815. Ele abdica em 22 de junho e vai preso para a Ilha de Santa Helena.

IMIGRAÇÃO JAPONESA

    Em 1908, começa a imigração japonesa no Brasil com a chegada de 781 pessoas ao porto de Santos no navio Kasatu-Maru.

Hoje o Brasil tem a maior colônia de descendentes de japoneses do mundo, cerca de 2 milhões de nikkeis.

NASCE PAUL McCARTNEY

    Em 1942, nasce em Liverpool, na Inglaterra, James Paul McCartney, músico, compositor, cantor, multi-instrumentista, empresário, vegetariano e ativista dos direitos dos animais que conquistou a fama como baixista dos Beatles e teve 29 canções em primeiro lugar nas paradas de sucesso nos Estados Unidos.

Paul conheceu John ao assistir a um show da banda Quarrymen, de John. A tia de Lennon teria se oposto à amizade porque Paul vinha da classe operária. Logo, os dois começam a compor juntos. Em 1958, Paul convence John a convidar George Harrison para a banda.

Em 1960, The Beatles vão tocar em Hamburgo, na Alemanha, onde John entrava no palco com um quepe e fazia a saudação nazista: "Heil, Hitler!". Paul e Pete Best, então baterista da banda, são expulsos da Alemanha ao provocar um incêndio no hotel onde estavam hospedados.

The Beatles fazem o primeiro show no Cavern Club, em Liverpool, em 21 de março de 1961. Neste ano, voltam a Hamburgo e conhecem Brian Epstein, o empresário que consegue um contrato com a gravadora EMI. Em 1964, depois do sucesso na Inglaterra, eles estouram nos Estados Unidos.

Paul é o principal autor das músicas românticas dos Beatles. Yesterday é a música mais regravada por outros artistas da história. Em 1979, o Guinness – o Livro dos Recordes o considerou o compositor de maior sucesso da música pop.

Aos 82 anos, Paul continua em atividade. Conseguiu recriar a voz de John Lennon com inteligência artificial para gravar Now and Then, o último sucesso dos Beatles.

GOLPE DA CIA NA GUATEMALA

    Em 1954, com cobertura aérea dos Estados Unidos, 480 homens liderados por Carlos Castillo Armas invadem a Guatemala, no início do segundo golpe de Estado organizado pela CIA (Agência Central de Inteligência) durante a Guerra Fria, depois da queda do primeiro-ministro do Irã, Mohamed Mossadegh, em 1953, que nacionalizara o petróleo.

A Revolução Guatemalteca começa em 1944, quando uma revolta popular derruba o ditador Jorge Ubico. Na primeira eleição democrática da história deste país da América Central, Juan José Arévalo é eleito presidente em 1945 com 86% dos votos. Ele introduz o salário mínimo e programas de alfabetização. Sobrevive a 25 tentativas de golpe e não disputa a reeleição.

Em 1951, é eleito Jacobo Árbenz, que faz uma reforma agrária, nacionaliza das terras da companhia bananeira United Fruit, a distribui a camponeses e legaliza o Partido Comunista. Nacionalista de esquerda, é descrito nos EUA como comunista.

O presidente Harry Truman autoriza o golpe em 1952, mas a mudança de governo, com a eleição de Dwight Eisenhower, o comandante militar aliado na Segunda Guerra Mundial (1939-45), adia a queda de Árbenz, apesar da plataforma anticomunista do novo presidente.

Em agosto de 1953, Eisenhower autoriza a operação da CIA, que financia, arma e treina os 480 soldados de Carlos Castillo. A propaganda anticomunista e uma estação de rádio fomentam o golpe e tentam isolar a Guatemala internacionalmente.

Quando os golpistas invadem, os EUA fazem um bombardeio aéreo e um bloqueio naval. Os mercenários de Castillo fracassam nas primeiras tentativas, mas a guerra psicológica e a ameaça de uma invasão norte-americana intimidam o Exército da Guatemala, que não resiste. Árbenz tenta armar a população civil, mas acaba renunciando em 27 de junho.

Dez dias depois, Carlos Castillo toma o poder, impõe uma ditadura, proíbe os partidos políticos, prende tortura e mata oposicionistas, e anula as reformas sociais da revolução. É o início de uma guerra civil de quatro décadas de guerrilhas de esquerda contra governos apoiados por Washington, uma das mais brutais da Guerra Fria na América Latina, só comparável à da Colômbia, com um genocídio do povo maia e 150 a 200 mil mortes. 

segunda-feira, 17 de junho de 2024

Hoje na História do Mundo: 17 de Junho

 NOVA ALBION

    Em 1579, ao dar a volta ao mundo, o corsário Sir Francis Drake é o primeiro a reivindicar parte do que hoje é território dos Estados Unidos para a coroa da Inglaterra.

Drake zarpa em 13 de dezembro de 1577 para atacar possessões espanholas no Oceano Pacífico, mas só um dos cinco navios passa pelo Cabo Horn, o lugar mais perigoso da navegação mundial, no extremo sul da América do Sul.

Depois de saquear colônias espanholas na costa do Pacífico, Drake ancora um pouco ao norte da Baía de São Francisco, na Califórnia, e chama o território de Nova Albion.

O corsário da rainha Elizabeth I fica um mês na Califórnia reparando o navio e segue até onde hoje é o estado de Washington em busca de uma passagem ao norte para o Oceano Atlântico. 

Sem sucesso, atravessa os oceanos Pacífico e Índico e dá a volta no Cabo da Boa Esperança para chegar a Plymouth, na Inglaterra, em 26 de setembro de 1580. 

A frota do português Fernão de Magalhães é a primeira a ar a volta ao mundo, em 1519-22, a serviço da coroa espanhola, mas ele morre em Cebu, nas Filipinas, em 27 de abril de 1521. Drake é o primeiro capitão a completar a volta ao mundo.

ESTÁTUA DA LIBERDADE

    Em 1885, a Estátua da Liberdade, um presente da França aos Estados Unidos, chega desmontada ao porto de Nova York.

São 350 peças de cobre e ferro embaladas em 200 caixas. A estátua é inaugurada no ano seguinte pelo presidente Grover Cleveland.

O projeto é do arquiteto francês Frederic-Auguste Bartholdi, que teria usado a mãe como modelo, e do engenheiro Gustave Eiffel, o mesmo da torre que é o símbolo de Paris.

A França é a mais antiga aliada dos EUA. Como inimiga do Império Britânico, apoia os colonos norte-americanos na Guerra da Independência. Em contrapartida, os americanos apoiam a Revolução Francesa e a proclamação da República.

Por ironia da história, um revolucionário britânico luta pela independência dos EUA e pela Revolução Francesa. Tom Paine escreve Semente do Homem, livro que leva as 13 colônias a declarar independência, é deputado da Assembleia Nacional da França e o primeiro a falar em Revolução Americana, em 1795.

GUERRA COMERCIAL DEPRESSIVA

    Em 1930, o presidente Herbert Hoover sanciona a Lei de Tarifas Smoot-Hawley, que aumenta as tarifas de importação sobre mais de 20 mil produtos para proteger a economia dos Estados Unidos.

As segundas tarifas mais altas da história americana, inferiores apenas às de 1828, deflagram uma guerra comercial. 

Ao agravar a crise financeira desencadeada pelo colapso da Bolsa de Valores de Nova York em 24 de outubro de 1939, o protecionismo e as retaliações de outros países causam uma queda de 67% no comércio exterior dos EUA e levam à Grande Depressão (1929-39), principal causa econômica da Segunda Guerra Mundial.

URSS INVADE A LETÔNIA

    Em 1940, o Exército Vermelho da União Soviética invade a Letônia, que assim como os outros dois pequenos países bálticos, a Estônia e a Lituânia, é anexada por Josef Stalin e se torna uma república soviética.

A Letônia declara independência em 18 de novembro de 1918, depois das Revoluções de 1917 na Rússia. Em 11 de agosto de 1920, faz um acordo de paz com a Rússia Soviética.

Assim como a divisão da Polônia, a anexação dos países bálticos pela URSS é consequência do Pacto Germano-Soviético, o pacto de não agressão fechado por Adolf Hitler e Josef Stalin em 23 de agosto de 1939, nove dias antes do início da Segunda Guerra Mundial (1939-45).

Em 1989, na Era Mikhail Gorbachev, a URSS repudia o acordo com Hitler e a Letônia inicia o processo para recuperar a independência.

FRANÇA FORMALIZA RENDIÇÃO

    Em 1940, a França formaliza a rendição à Alemanha nazista na Segunda Guerra Mundial (1939-45).

O marechal Henri Pétain substitui Paul Reynaud como primeiro-ministro francês e anuncia a intenção de negociar um armistício com os nazistas. Herói da Primeira Guerra Mundial, Pétain chefia um governo colaboracionista durante a ocupação.

No dia seguinte, o general Charles de Gaulle faz um pronunciamento em Londres transmitido pela BBC conclamando os franceses a continuar lutando contra os nazistas. 

Os aliados invadem a região da Normandia, no Noroeste da França, em 6 de junho de 1944 e libertaram Paris em 25 de agosto do mesmo ano.

Pétain e Pierre Laval, um fascista que se torna o homem-forte do regime colaboracionista em 1942, fogem sob a cobertura dos nazistas, mas são presos e condenados à morte por traição. De Gaulle comuta a pena de Pétain para prisão perpétua. Ele morre em 1951.

INVASÃO DO EDIFÍCIO WATERGATE

    Em 1972cinco homens são presos sob a acusação da invadir a sede do Comitê Nacional do Partido Democrata, no Edifício Watergate, em Washington.

É o início do Escândalo de Watergate, que derruba o presidente Richard Nixon e faz hoje 52 anos.

Três são exilados cubanos, um cubano-americano e o outro um ex-agente da CIA (Agência Central de Inteligente). Com eles, são encontrados equipamentos sofisticados de telecomunicações que seriam usados para espionar o maior partido de oposição tendo em vista as eleições de 1972.

A presença de advogados caros chama a atenção do repórter Carl Bernstein, do jornal The Washington Post. Com seu colega Bob Woodward, o Post descobre que os cinco faziam parte da turma de encanadores da Casa Branca, o que os leva ao presidente e vários ministros. 

Nixon cai por mentir e tentar obstruir a Justiça. Renuncia em 9 de agosto de 1974 para escapar de um processo de impeachment. Todos os ministros envolvidos são presos. Nixon recebe perdão do presidente Gerald Ford.