Trinta anos depois do fim da ditadura da minoria branca e do regime segregacionista do apartheid, o Congresso Nacional Africano (CNA), o partido de Nelson Mandela, responsável por esta transformação, perdeu a maioria na Assembleia Nacional da África do Sul e terá de negociar com outros partidos para governar.
Nas eleições de 29 de maio, o CNA obteve 40,18% dos votos e elegeu 159 deputados, 71 a menos do que nas eleições anteriores. Como o parlamento sul-africanos tem 400 cadeiras, a maioria é 201.
Em segundo lugar, ficou o principal partido de oposição, a Aliança Democrática (AD), liderada por um branco, John Steenhuisen, com 21,82% e 87 deputados, 3 a mais do que tinha.
A grande novidade foi um novo partido fundado pelo ex-presidente Jacob Zuma, condenado por corrupção, que está proibido de se candidatar. uMkhonto weSizwe (MK) era o nome do braço armado do CNA, criado em resposta ao Massacre de Sharpeville, quando o regime do apartheid matou 69 manifestantes desarmados.
Mandela era o comandante militar do grupo e por isso foi preso em 1962. Então, MK tem um simbolismo muito forte na história e na política sul-africanas. Zuma se apropriou desta bandeira para conquistar 14,58% dos votos e 58 cadeiras no parlamento. Com seus votos, sem sua dissidência, o CNA manteria a maioria absoluta.
Nenhum comentário:
Postar um comentário