RICARDO III USURPA O TRONO
Em 1483, durante a Guerra das Duas Rosas (1455-87), Ricardo Plantageneta, Duque de Gloucester, da Dinastia de York, começa seu reino na Inglaterra como Ricardo III depois de usurpar o trono de seu sobrinho Eduardo V, um dos principezinhos provavelmente assassinados na Torre de Londres.
A Guerra das Duas Rosas é uma disputa dos descendentes de Eduardo III, divididos nas dinastias de Lancaster e de York, pela coroa da Inglaterra
Ricardo nasce em 2 de outubro de 1452 no Castelo Fotheringhay, no Condado de Northampton, na Inglaterra, quarto filho do 3º Duque de York, o nobre mais poderoso do país na época. Chega a ser nomeado sucessor de Henrique V e a Lorde Protetor de Henrique VI, da Dinastia de Lancaster. Morre ao tentar implementar um acordo para acabar com a guerra.
Eduardo, o filho mais velho do 3º Duque de York, derrota Henrique VI e as forças de Lancaster e ascende ao trono em fevereiro de 1461 como Eduardo IV. Ricardo é leal a Eduardo IV.
Em 1478, Ricardo aceita acusações de traição contra seu irmão George, que é executado. Nas graças do rei, ele comando o Exército Real na Guerra Escocesa (1481-83), o que lhe dá uma base de poder.
Eduardo IV morre de repente em 9 de abril de 1483. Seu herdeiro legítimo é o filho ma s velho, Eduardo V, então com 12 anos.
Ricardo dá o primeiro golpe em 1º de maio ao assumir o controle sobre Eduardo V, levando-o até Londres onde Ricardo é nomeado Lorde Protetor, o que o torna chefe do governo provisório até a maioridade do rei.
O segundo golpe é a execução, em 13 de junho de William Hastings, 1º Barão de Hastings, alto funcionário que cuidava dos palácios de Eduardo IV, condenado por traição.
No terceiro golpe, em 16 de junho, Ricardo Plantageneta pega o principezinho Ricardo sob o pretexto de prepará-lo para a coração do irmão, Eduardo V.
Em 26 de junho, Ricardo apresentou sua reivindicação ao trono, com o apoio do Exército do Norte. Em 6 de julho, Ricardo III e a rainha-consorte Ana são coroados na Abadia de Westminster.
Seu reino é curto. Acaba com a morte de Ricardo III na Batalha de Bosworth, em 22 de agosto de 1485, a batalha decisiva da Guerra das Duas Rosas, vencida por Henrique Tudor, marco do fim da Idade Média na Inglaterra. Henrique VII funda a Dinastia Tudor, que reina até a morte de Elizabeth I, em 1603.
APROVADA A CARTA DA ONU
Em 1945, 50 países, inclusive o Brasil, assinam em São Francisco da Califórnia, nos Estados Unidos, a Carta da Organização das Nações Unidas "para livrar as futuras gerações do flagelo da guerra".
Eles criam a segunda organização internacional de caráter universal dedicada à paz mundial, depois do fracasso da Liga das Nações, fundada depois da Primeira Guerra Mundial (1914-18), pela Conferência de Paz de Versalhes, em evitar a Segunda Guerra Mundial (1939-45).
A Carta da ONU é ratificada em 24 de outubro por 51 países, com a adesão da Polônia, que recupera sua independência depois de ser invadida pela Alemanha nazista em 1º de setembro de 1939, no começo da guerra. A primeira reunião da Assembleia Geral acontece em Londres, em 10 de janeiro de 1946.
Desde 1941, líderes aliados defendem a criação de uma nova organização internacional para garantir a paz. Em agosto daquele ano, antes que os EUA entrem na guerra, o presidente Franklin Roosevelt e o primeiro-ministro britânico, Winston Churchill, assinam a Carta do Atlântico.
Depois do ataque japonês a Pearl Harbor, no Havaí, em 7 de dezembro de 1941, que leva os EUA à guerra, em 1º de janeiro de 1942, 26 países assinam em Washington a Declaração das Nações Unidas.
A partir de outubro de 1943, os três grandes líderes dos aliados – Churchill, Roosevelt e o ditador soviético Josef Stalin – se reúnem numa série de conferências para discutir a questão. Em fevereiro de 1945, em Ialta, na Crimeia, na União Soviética, chegam a um acordo para criar a ONU.
PONTE AÉREA PARA BERLIM
Em 1948, durante a Guerra Fria, os Estados Unidos e o Reino Unido começam uma ponte aérea para levar suprimentos (água, comida, roupas, remédios e combustíveis) a Berlim Ocidental, rompendo o bloqueio imposto pela União Soviética de Josef Stalin, que domina a Alemanha Oriental.
No fim da Segunda Guerra Mundial (1939-45), a Alemanha ocupada é divida em zonas sob o controle dos EUA, do Reino Unido, da França e da URSS. Em 1948, os aliados ocidentais anunciam a integração econômica de suas zonas de ocupação para criar a Alemanha Ocidental e a parte soviética vira Alemanha Oriental.Berlim, a capital alemã, que também é dividida, fica no Leste. Berlim Ocidental é um enclave dentro da Alemanha Oriental. Em 24 de junho de 1948, por ordem do ditador Josef Stalin, a URSS bloqueia o acesso por terra para tentar assumir o controle total da cidade, que está na linha de frente da Guerra Fria.
A linha dura pressiona o presidente norte-americano, Harry Truman, a dar uma resposta militar a Stalin, mas Truman teme deflagrar uma nova guerra mundial. Dois dias depois, os aliados ocidentais lançam a Ponte Aérea de Berlim.
No início, os aviões aliados carregam 5 mil toneladas de suprimentos por dia; no fim, 8 mil toneladas por dia. Ao todo, são 2,3 milhões de toneladas de carga levadas em mais de 278 mil voos para romper o Bloqueio de Berlim Ocidental, numa das grandes batalhas da Guerra Fria.
Em 12 de maio de 1949, a URSS suspende o bloqueio. Um mês antes, em 4 de abril, os aliados ocidentais criam a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), a aliança militar liderada pelos EUA. A ponte aérea é mantida até setembro, a um custo de US$ 224 milhões.
Para evitar a fuga em massa de alemães-orientais, na noite de 12 para 13 de agosto de 1961, o regime comunista da Alemanha Oriental começa a construir um muro ao redor de Berlim Ocidental.
O Muro de Berlim é a cicatriz viva da Guerra Fria. Sua abertura, em 9 de novembro de 1989, é marco do fim da confrontação estratégica entre os EUA e a URSS que dominadd a política internacional na segunda metade do século 20.
EUA ATACAM BAGDÁ
Em 1993, o presidente Bill Clinton (1993-2001) autoriza um ataque de mísseis contra o quartel-general do serviço secreto do Iraque, em Bagdá, em retaliação por uma suposta conspiração para matar o ex-presidente George Bush (1989-93) durante uma visita ao Kuwait em abril daquele ano.
Em resposta, 23 mísseis de cruzeiro Tomahawk são disparados de navios de guerra dos EUA no Golfo Pérsico contra a central de inteligência de Saddam Hussein, que seria derrubado e morto pela invasão americana de março de 2003, durante o governo George W. Bush (2001-9), filho do presidente que seria alvo do atentado.
EUA LEGALIZAM O CASAMENTO GAY
Em 2015, a Suprema Corte decide que o casamento de pessoas do mesmo sexo não pode ser proibido e deve ser reconhecido em todos os Estados Unidos, dando finalmente aos casais homossexuais os mesmos direitos dos heterossexuais.
Quando a homossexualidade torna-se aceitável pela sociedade americana, há uma reação conservadora. Em 1996, o presidente Bill Clinton é forçado a assinar a Lei de Defesa do Casamento, que proíbe o reconhecimento do casamento gay pelas leis federais do país.
No ano 2000, Vermont é o primeiro estado a reconhecer a união civil de casais homossexuais. O primeiro a legalizar o casamento gay é Massachusetts, em 2003. A questão vira um dos focos centrais da guerra cultural entre conservadores e liberais no governo George W. Bush (2001-9).
Sob pressão dos conservadores, o presidente liberal Barack Obama (2009-17) orienta o Departamento da Justiça em 2011 a não defender o casamento. Mas, em 2013, a Suprema Corte declara ilegal a Lei de Defesa do Casamento e legaliza, na prática, o casamento gay na Califórnia.
A ação Obergefell x Hodges é iniciada por Jim Obergefell. Ele casa com John Arthur em Maryland, mas o casamento não é reconhecido no estado de Ohio. Por 5-4, a Suprema Corte decide em favor do casal.
Há dois anos, no voto para acabar com o direito constitucional ao aborto, o ministro Clarence Thomas, considerado o mais conservador da Suprema Corte, defende a revisão das decisões que autorizaram o uso de métodos anticoncepcionais, as relações sexuais consensuais entre adultos, inclusive do mesmo sexo, e o casamento gay.
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