quarta-feira, 26 de junho de 2024

Hoje na História do Mundo: 26 de Junho

RICARDO III USURPA O TRONO

    Em 1483, durante a Guerra das Duas Rosas (1455-87), Ricardo Plantageneta, Duque de Gloucester, da Dinastia de York, começa seu reino na Inglaterra como Ricardo III depois de usurpar o trono de seu sobrinho Eduardo V, um dos principezinhos provavelmente assassinados na Torre de Londres.

A Guerra das Duas Rosas é uma disputa dos descendentes de Eduardo III, divididos nas dinastias de Lancaster e de York, pela coroa da Inglaterra

Ricardo nasce em 2 de outubro de 1452 no Castelo Fotheringhay, no Condado de Northampton, na Inglaterra, quarto filho do 3º Duque de York, o nobre mais poderoso do país na época. Chega a ser nomeado sucessor de Henrique V e a Lorde Protetor de Henrique VI, da Dinastia de Lancaster. Morre ao tentar implementar um acordo para acabar com a guerra.

Eduardo, o filho mais velho do 3º Duque de York, derrota Henrique VI e as forças de Lancaster e ascende ao trono em fevereiro de 1461 como Eduardo IV. Ricardo é leal a Eduardo IV.

Em 1478, Ricardo aceita acusações de traição contra seu irmão George, que é executado. Nas graças do rei, ele comando o Exército Real na Guerra Escocesa (1481-83), o que lhe dá uma base de poder.

Eduardo IV morre de repente em 9 de abril de 1483. Seu herdeiro legítimo é o filho ma s velho, Eduardo V, então com 12 anos. 

Ricardo dá o primeiro golpe em 1º de maio ao assumir o controle sobre Eduardo V, levando-o até Londres onde Ricardo é nomeado Lorde Protetor, o que o torna chefe do governo provisório até a maioridade do rei.

O segundo golpe é a execução, em 13 de junho de William Hastings, 1º Barão de Hastings, alto funcionário que cuidava dos palácios de Eduardo IV, condenado por traição.

No terceiro golpe, em 16 de junho, Ricardo Plantageneta pega o principezinho Ricardo sob o pretexto de prepará-lo para a coração do irmão, Eduardo V.

Em 26 de junho, Ricardo apresentou sua reivindicação ao trono, com o apoio do Exército do Norte. Em 6 de julho, Ricardo III e a rainha-consorte Ana são coroados na Abadia de Westminster.

Seu reino é curto. Acaba com a morte de Ricardo III na Batalha de Bosworth, em 22 de agosto de 1485, a batalha decisiva da Guerra das Duas Rosas, vencida por Henrique Tudor, marco do fim da Idade Média na Inglaterra. Henrique VII funda a Dinastia Tudor, que reina até a morte de Elizabeth I, em 1603.

APROVADA A CARTA DA ONU

     Em 1945, 50 países, inclusive o Brasil, assinam em São Francisco da Califórnia, nos Estados Unidos, a Carta da Organização das Nações Unidas "para livrar as futuras gerações do flagelo da guerra".

Eles criam a segunda organização internacional de caráter universal dedicada à paz mundial, depois do fracasso da Liga das Nações, fundada depois da Primeira Guerra Mundial (1914-18), pela Conferência de Paz de Versalhes, em evitar a Segunda Guerra Mundial (1939-45).

A Carta da ONU é ratificada em 24 de outubro por 51 países, com a adesão da Polônia, que recupera sua independência depois de ser invadida pela Alemanha nazista em 1º de setembro de 1939, no começo da guerra. A primeira reunião da Assembleia Geral acontece em Londres, em 10 de janeiro de 1946.

Desde 1941, líderes aliados defendem a criação de uma nova organização internacional para garantir a paz. Em agosto daquele ano, antes que os EUA entrem na guerra, o presidente Franklin Roosevelt e o primeiro-ministro britânico, Winston Churchill, assinam a Carta do Atlântico.

Depois do ataque japonês a Pearl Harbor, no Havaí, em 7 de dezembro de 1941, que leva os EUA à guerra, em 1º de janeiro de 1942, 26 países assinam em Washington a Declaração das Nações Unidas.

A partir de outubro de 1943, os três grandes líderes dos aliados – Churchill, Roosevelt e o ditador soviético Josef Stalin – se reúnem numa série de conferências para discutir a questão. Em fevereiro de 1945, em Ialta, na Crimeia, na União Soviética, chegam a um acordo para criar a ONU.

PONTE AÉREA PARA BERLIM

     Em 1948, durante a Guerra Friaos Estados Unidos e o Reino Unido começam uma ponte aérea para levar suprimentos (água, comida, roupas, remédios e combustíveis) a Berlim Ocidental, rompendo o bloqueio imposto pela União Soviética de Josef Stalin, que domina a Alemanha Oriental.

No fim da Segunda Guerra Mundial (1939-45), a Alemanha ocupada é divida em zonas sob o controle dos EUA, do Reino Unido, da França e da URSS. Em 1948, os aliados ocidentais anunciam a integração econômica de suas zonas de ocupação para criar a Alemanha Ocidental e a parte soviética vira Alemanha Oriental. 

Berlim, a capital alemã, que também é dividida, fica no Leste. Berlim Ocidental é um enclave dentro da Alemanha Oriental. Em 24 de junho de 1948, por ordem do ditador Josef Stalin, a URSS bloqueia o acesso por terra para tentar assumir o controle total da cidade, que está na linha de frente da Guerra Fria. 

A linha dura pressiona o presidente norte-americano, Harry Truman, a dar uma resposta militar a Stalin, mas Truman teme deflagrar uma nova guerra mundial. Dois dias depois, os aliados ocidentais lançam a Ponte Aérea de Berlim.

No início, os aviões aliados carregam 5 mil toneladas de suprimentos por dia; no fim, 8 mil toneladas por dia. Ao todo, são 2,3 milhões de toneladas de carga levadas em mais de 278 mil voos para romper o Bloqueio de Berlim Ocidental, numa das grandes batalhas da Guerra Fria. 

Em 12 de maio de 1949, a URSS suspende o bloqueio. Um mês antes, em 4 de abril, os aliados ocidentais criam a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), a aliança militar liderada pelos EUA. A ponte aérea é mantida até setembro, a um custo de US$ 224 milhões.

Para evitar a fuga em massa de alemães-orientais, na noite de 12 para 13 de agosto de 1961, o regime comunista da Alemanha Oriental começa a construir um muro ao redor de Berlim Ocidental. 

O Muro de Berlim é a cicatriz viva da Guerra Fria. Sua abertura, em 9 de novembro de 1989, é marco do fim da confrontação estratégica entre os EUA e a URSS que dominadd a política internacional na segunda metade do século 20.

EUA ATACAM BAGDÁ

    Em 1993, o presidente Bill Clinton (1993-2001) autoriza um ataque de mísseis contra o quartel-general do serviço secreto do Iraque, em Bagdá, em retaliação por uma suposta conspiração para matar o ex-presidente George Bush (1989-93) durante uma visita ao Kuwait em abril daquele ano.

Um dia antes da chegada de Bush, 14 suspeitos, na maioria iraquianos, são presos na Cidade do Kuwait e, no dia seguinte, é encontrado o carro-bomba a ser usado no atentado.

Em resposta, 23 mísseis de cruzeiro Tomahawk são disparados de navios de guerra dos EUA no Golfo Pérsico contra a central de inteligência de Saddam Hussein, que seria derrubado e morto pela invasão americana de março de 2003, durante o governo George W. Bush (2001-9), filho do presidente que seria alvo do atentado.

EUA LEGALIZAM O CASAMENTO GAY

    Em 2015, a Suprema Corte decide que o casamento de pessoas do mesmo sexo não pode ser proibido e deve ser reconhecido em todos os Estados Unidos, dando finalmente aos casais homossexuais os mesmos direitos dos heterossexuais.

O marco do início do movimento pelos direitos dos homossexuais nos EUA é a Rebelião de Stonewall, iniciada quando a polícia invade o bar gay Stonewall Inn, no Greenwich Village, em Nova York, em 28 de junho de 1969. 

Quando a homossexualidade torna-se aceitável pela sociedade americana, há uma reação conservadora. Em 1996, o presidente Bill Clinton é forçado a assinar a Lei de Defesa do Casamento, que proíbe o reconhecimento do casamento gay pelas leis federais do país. 

No ano 2000, Vermont é o primeiro estado a reconhecer a união civil de casais homossexuais. O primeiro a legalizar o casamento gay é Massachusetts, em 2003. A questão vira um dos focos centrais da guerra cultural entre conservadores e liberais no governo George W. Bush (2001-9). 

Sob pressão dos conservadores, o presidente liberal Barack Obama (2009-17) orienta o Departamento da Justiça em 2011 a não defender o casamento. Mas, em 2013, a Suprema Corte declara ilegal a Lei de Defesa do Casamento e legaliza, na prática, o casamento gay na Califórnia. 

A ação Obergefell x Hodges é iniciada por Jim Obergefell. Ele casa com John Arthur em Maryland, mas o casamento não é reconhecido no estado de Ohio. Por 5-4, a Suprema Corte decide em favor do casal.

Há dois anos, no voto para acabar com o direito constitucional ao aborto, o ministro Clarence Thomas, considerado o mais conservador da Suprema Corte, defende a revisão das decisões que autorizaram o uso de métodos anticoncepcionais, as relações sexuais consensuais entre adultos, inclusive do mesmo sexo, e o casamento gay. 

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