sábado, 22 de junho de 2024

Hoje na História do Mundo: 22 de Junho

ANEXAÇÃO DA MACEDÔNIA

    Em 168 antes de Cristo, a República Romana derrota o rei Perseu na Batalha de Pidna (hoje Kitros, na Grécia) e anexa a Macedônia.

É a batalha decisiva na Terceira Guerra da Macedônia. Com manobras táticas de grande agilidade e destreza, o general romano Lúcio Emílio Paulo atrai os macedônios de sua posição inexpugnável no Rio Elpeu para uma planície ao sul de Pidna em que ficam mais vulneráveis.

As espadas pequenas e leves dos legionários romanos são mais eficientes do que as lanças dos macedônios no combate corpo a corpo. De cerca de 40 mil soldados macedônios, 25 mil são mortos e 10 mil viram prisioneiros.

É o fim da civilização helenística e da dinastia criada por Felipe da Macedônia e seu filho Alexandre, o Grande. Muito antes de se tornar oficialmente um império, em 27 AC, Roma é uma potência imperial. 

GALILEU SE RETRATA

    Em 1633, processado pela Inquisição, que o acusa de heresia, o físico e astrônomo italiano Galileu Galilei é obrigado a se tratar e rejeitar a teoria do polonês Nicolau Copérnico de que o Sol é o centro do Sistema Solar.

Galileu nasce em Pisa em 15 de fevereiro de 1564. Filho mais velho do músico Vincenzo Galilei. Nos anos 1570, a família vai para Florença. Em 1581, ele entra para a Universidade de Pisa para estudar medicina, mas se apaixona por matemática. Sai em 1585 sem se formar.

Durante anos, dá aulas particulares de matemática em Florença e Siena. Nesta época, ele pensa numa nova forma de equilíbrio hidrostático, entre a força da gravidade que atrai para dentro de uma estrela e força resultante da diferença de  e começa a estudar o movimento. Em 1588, candidata-se a professor de matemática na Universidade de Bolonha, mas não consegue a vaga. Em 1589, vira professor da Universidade de Pisa.

Ao jogar objetos de pesos diferentes da Torre Inclinada, derruba a tese de Aristóteles de que a velocidade de queda dos corpos depende do peso. Acredita mais nas ideias de Arquimedas. As críticas a Arquimedes o torna impopular entre os colegas e seu contrato não é renovado em 1592. Vai então para a Universidade de Pádua, onde leciona de 1592 a 1610.

Suas descobertas com o telescópio levaram à aceitação da teoria heliocêntrica do astrônomo polonês Nicolau Copérnico de que o Sol é o centro do Sistema Solar e a Terra orbita ao redor do Sol. Por ir contra a teoria geocêntrica de Ptolomeu, é processado pela Inquisição.

Em 1613, hierarcas da Igreja Católica começam a ficar alarmados pelo apoio de Galileu às ideias de Copérnico. No primeiro julgamento, em 1616, Galileu é condenado a "abster-se completamente de ensinar, defender ou discutir sua doutrina" e a "abandonar completamente a opinião de que o Sol fica parado no centro do mundo e a Terra se move e, doravante, não mantê-la, ensiná-la ou defendê-la, oralmente ou por escrito."

Em 1624, o papa Urbano VIII o autoriza a escrever suas teses, mas alerta para pegar leve com a teoria de Copérnico.

Com a publicação de Diálogo a Respeito dos Dois Principais Sistemas Mundiais, Ptolomaico e Copernicano, em 1632, Galileu é processado por heresia pela Inquisição e condenado à prisão perpétua em 1633. A pena é comutada para prisão domiciliar, em que ele fica até a morte, em 8 de janeiro de 1642.

Ele teria se retratado ao falar sobre a Terra e rejeitar a teoria de Copérnico, mas a frase "no entanto, ela se move", não tem comprovação histórica.

O Papa João Paulo II reabre a questão em 1979, mas a Igreja Católica reluta em aceita a verdade científica. Em 15 de fevereiro de 1990, em pronunciamento na Universidade La Sapienza, em Roma, o cardeal Joseph Ratzinger, futuro Papa Bento XVI, cita teólogos para dizer: "A Igreja no tempo de Galileu esteve mais perto da razão do que o próprio Galileu, e levou em consideração também as consequências éticas e sociais dos ensinamentos de Galileu. Seu veredito contra Galileu foi racional e justo, e a revisão deste veredito só pode ser justificada com base no que é politicamente oportuno."

Na época, o cardeal Ratzinger era prefeito da Sagrada Congregação para a Doutrina da Fé, o departamento mais antigo da Cúria Romana, a antiga Inquisição.

Em artigo no jornal oficial do Vaticano, L'Osservatore Romano, em 4 de novembro de 1992, João Paulo II admitiu o erro da Igreja: "Graças a sua intuição como um físico brilhante, e com base em diferentes argumentos, Galileu, que praticamente inventou o método experimental, entendeu por que o Sol poderia funcionar como centro do mundo como era conhecido então, isto é, do sistema planetário. O erro dos teólogos daquele tempo, quando mantiveram a centralidade da Terra, foi pensar que nosso conhecimento da estrutura física do mundo era, de alguma forma, imposto pelo sentido literal da Sagrada Escritura." 

NAPOLEÃO ABDICA

    Em 1815, depois da derrota na Batalha de Waterloo, o imperador Napoleão Bonaparte abdica pela segunda vez ao trono da França.

Napoleão nasce em 15 de agosto de 1769 em Ajácio, a capital da ilha da Córsega, que dois anos antes se torna parte da França. Com a derrocada da aristocracia na Revolução Francesa de 1789, Napoleão ascende rapidamente na hierarquia do Exército, onde antes para ser general precisava ter quatro gerações de nobreza.

General aos 24 anos, depois da campanha do Egito, em 1798, Napoleão é nomeado cônsul em 1799 e acaba com a revolução na França, enquanto seu exército cidadão luta contra as monarquias europeias. Em 1804, Napoleão se coroa imperador.

Ele não consegue invadir a Inglaterra por causa das derrotas para o almirante Horácio Nelson em Abukir (1799) e Trafalgar (1805). Mas controla maioria do continente, inclusive a Península Ibérica, o que provoca a fuga da família real portuguesa para o Brasil e a independência da América Latina.

Seu maior erro é a invasão da Rússia em 24 de junho de 1812 com o Grande Exército, de 600 mil homens. Depois de uma vitória francesa com enormes perdas na Batalha de Borodino, o Exército russo recua e incendeia Moscou, deixando os franceses sem abrigo e sem comida no início do outono no Hemisfério Norte. A fuga termina em 14 de dezembro. Napoleão nunca se recupera da Campanha da Rússia.

Em 1813, a Sexta Coligação contra Napoleão (Áustria, Prússia, Rússia, Reino Unido, Suécia e alguns estados alemães) o derrota na Batalha de Leipzig. No ano seguinte, seus inimigos invadem Paris. Em 11 de abril de 1814, Napoleão abdica e vai para o exílio na Ilha de Elba, no Mar Mediterrâneo.

O general foge de Elba em fevereiro de 1815 e retoma o poder em 20 de março, mas o segundo reinado dura apenas 100 dias. Um exército da Sétima Coligação (Reino Unido, Áustria, Prússia e Rússia), sob o comando do Duque de Wellington, vence Napoleão na Batalha de Waterloo, na Bélgica, em 18 de junho de 1815. Ele abdica em e vai preso para a Ilha de Santa Helena, uma possessão britânica no Oceano Atlântico, onde morre em 5 de maio de 1821.

ALEMANHA INVADE URSS

     Em 1941, começa a Operação Barbarossa, a invasão da União Soviética pela Alemanha nazista e aliados durante a Segunda Guerra Mundial (1939-45).


 
É o fim do Pacto Germano-Soviético, assinado em 23 de agosto de 1939 para dividir a Polônia e permitir à Alemanha Nazista tomar a Europa Ocidental sem temer ataques vindos do Leste. A maior invasão militar da história é o maior erro de Adolf Hitler e custa a derrota. Mais de 80% das tropas alemãs são derrotadas na frente oriental.

A invasão nazista tem três braços. Na frente norte, marcha rumo a Leningrado, hoje São Petersburgo, cercada durante 900 dias sem que a Alemanha tenha conseguido conquistar a antiga capital da Rússia czarista. No centro, avança sobre Moscou, mas não consegue tomar a capital russa, protegida pelo rigor do inverno, e perde a Batalha de Moscou. Na frente sul, toma Kiev, a capital da Ucrânia e avança até Stalingrado.

Na Batalha de Stalingrado, talvez a mais importante a história, com cerca de 2 milhões de mortes de 23 de agosto de 1942 a 2 de fevereiro, o Exército Vermelho contém a ofensiva nazista e inicia a marcha rumo a Moscou, que tomaria em 8 de maio de 1945, no fim da guerra na Europa.

Do ponto de vista do número de mortes, a Segunda Guerra Mundial é principalmente um conflito entre a URSS, que perdeu 27 milhões de pessoas, e a Alemanha, que perdeu 11 milhões.

CAÇA ÀS BRUXAS

    Em 1950, como parte da campanha do senador Joseph McCarthy contra a "ameaça vermelha" durante a Guerra Fria, músicos como Leonard Bernstein, Aaron Copland, Lena Horn e Pete Seeger são acusados de simpatizar com o comunismo no documento Canais Vermelhos: o relatório sobre a influência comunista no rádio e na televisão.

Eles se juntam a outros nomes da indústria cultural dos EUA como Orson Welles, Lilian Hellman, Arthur Miller, Dorothy Parker e Charles Chaplin.

McCarthy fica conhecido naquele ano por sua cruzada contra a suposta infiltração esquerdista nos EUA alegando havia mais de 200 "notórios comunistas" no Departamento de Estado. Nos anos seguintes, estende sua campanha sobre a Ameaça Vermelha a todos os órgãos do governo dos EUA e a outros setores, como o cultural.

Mesmo sem descobrir nenhum comunista enrustido, o macartismo provoca uma histeria anticomunista e a perseguição política de supostos esquerdistas. 

Em 1954, McCarthy está marginalizado. Quando fazia acusações durante o governo democrata de Harry Truman (1945-53), os republicanos o usam como arma política. Depois da vitória e posse de Dwight Eisenhower (1953-61), vira um estorvo para o Partido Republicano.

Com o seu poder desvanecendo, em 1954, McCarthy começa investigações sobre infiltração comunista no Exército dos EUA. Como as audiências são televisionadas, pela primeira vez o povo americano vê o senador McCarthy em ação. Seu estilo agressivo e histérico desagrada.

Em uma última e desesperada tentativa de se reabilitar, McCarthy denuncia a infiltração na CIA, mas ninguém o leva a sério. O presidente Eisenhower, o secretário de Estado, John Foster Dulles, e o diretor-geral da CIA, Allen Dulles, irmão do secretário, rejeitam as acusações como temerárias e sem fundamento.

Ontem, uma subsecretária do governo Donald Trump afirmou que McCarthy estava certo ao denunciar a infiltração comunista no governo dos EUA e que o mesmo Estado Profundo atacou McCarthy, derrubou o presidente Richard Nixon e hoje ataca Donald Trump, um neofascista, o único presidente dos EUA até hoje que não reconheceu a derrota e tentou dar um golpe de Estado para não entregar o poder democraticamente. 

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