terça-feira, 25 de junho de 2024

Assange faz acordo e recupera liberdade

 O anarquista e ciberpirata australiano Julian Assange fez um acordo com a Justiça dos Estados Unidos para confessar a culpa em uma das acusações que pesavam contra ele em troca da retirada de todas as outras acusações e de sua libertação. É o fim de uma longa batalha judicial para evitar a extradição para os EUA.

Assange é o fundador do WikiLeaks, um site que divulgou em 2010 centenas de milhares de documentos secretos do Departamento da Defesa e do Departamento de Estado norte-americanos, revelando crimes cometidos nas invasões do Afeganistão e do Iraque dentro da guerra do governo George W. Bush contra o terrorismo dos extremistas muçulmanos.

Em novembro de 2010, a Suécia emitiu uma ordem de prisão internacional contra Assange por supostos crimes sexuais. Ele nega as acusações e acredita ser alvo de uma conspiração internacional para levá-lo para os EUA, sob ameaça de pegar prisão perpétua.

Um mês depois, Assange se entrega às autoridades do Reino Unido, que examinam um pedido de extradição feito pelos EUA. Dez dias depois, consegue liberdade mediante pagamento de fiança. 

Depois de perder um recurso contra a extradição, em agosto de 2012, Assange pede asilo à Embaixada do Equador em Londres, onde fica até ter o asilo suspenso e ser preso pela polícia britânica em 11 de abril de 2019. 

Durante a eleição presidencial de 2016 nos EUA o WikiLeaks ajudou a campanha de Donald Trump divulgando e-mails do Partido Democrata e do servidor privado da ex-secretária de Estado, Hillary Clinton, candidata do partido. Em 2017, a Suécia encerra o caso sobre crimes sexuais e cancela o mandado de prisão europeu.

Um movimento internacional se articulou para lutar por sua liberdade em nome da defesa da liberdade de expressão. Assange poderia ser condenado por roubar documentos secretos, não por divulgá-los, já que a Emenda nº 1 à Constituição dos EUA garante plena liberdade de imprensa. E o presidente Barack Obama, no último dia de governo, deu indulto ao ex-soldado Bradley Manning, depois Chelsea Manning, que roubou os documentos quando estava no Exército dos EUA.

Na manhã desta segunda-feira, Assange deixou a prisão de segurança máxima de Belmarsh, perto de Londres, e foi levado até o aeroporto de Stanstead, onde foi libertado. Ele foi para Saipan, nas Ilhas Marianas, onde vai assinar o acordo fechado com o Departamento da Justiça, confessando a culpa por obter e divulgar ilegalmente segredos da segurança nacional dos EUA. Deve ser condenado a 5 anos de prisão, período que cumpriu na Inglaterra, e libertado para seguir para a Austrália.

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