MAGNA CARTA
Em 1215, sob pressão da nobreza e do clero, o rei João Sem Terra, da Inglaterra, põe o selo real na Magna Carta, considerada a primeira Constituição escrita da história.
O documento exige que o rei respeite os direitos e privilégios feudais, mantenha a liberdade da Igreja e introduz o direito de habeas corpus, obrigando o rei a apresentar os presos à Justiça. Ninguém pode ser condenado sem o devido processo legal.
João sem Terra é acusado de tentar usurpar o trono quando seu irmão, Ricardo I, o Coração de Leão, luta na Terceira Cruzada. Ascende ao trono em 1199, com a morte do irmão.
Seu reino é desastroso. Perde o Ducado da Normandia para o rei da França, aumenta os impostos pagos pelos nobres, briga com o papa Inocêncio III e vende igrejas para financiar suas aventuras militares.
Depois da derrota na tentativa de reconquistar a Normandia, o arcebispo da Cantuária, Stephen Langton, conclama os barões a exigir uma carta do rei para garantir as liberdades. João Sem Terra viola a Magna Carta, deflagrando a Primeira Guerra dos Barões (1215-17).
A Magna Carta tem um preâmbulo e 63 artigos. Mais importante é o princípio de que o rei também é obrigado a respeitar a lei.
O artigo 39 estabelece que "nenhum homem livre será detido ou encarcerado ou desapropriado ou banido ou exilado ou vitimado de qualquer maneira... exceto por um julgamento justo por seus pares com base nas leis do país."
GENERAL WASHINGTON
Em 1775, no início da Guerra da Independência dos Estados Unidos (1775-83), o Congresso Continental nomeia George Washington comandante do Exército Continental das 13 colônias. Ele seria o primeiro presidente dos EUA (1789-97).
A família Washington recebe terras do rei Henrique VIII da Inglaterra, mas quebra durante a Revolução Puritana. John Washington, bisavô do primeiro presidente dos EUA, migra para a América em 1657 e se instala na Colônia da Virgínia.
Washington nasce em 22 de fevereiro de 1732 pelo calendário atual no Condado de Westmoreland, na Virgínia. Pouco se sabe de sua infância. Na escola, é bom em matemática, estuda geografia e provavelmente um pouco de latim e os clássicos ingleses.
Aos 14 anos, Washington escreve um texto sobre preceitos morais, Regras de Civilidade e Comportamento Decente em Companhia e Conversação. Ele aprende a cultivar tabaco, um dos grandes negócios da colônia, e a criar gado. Trabalha como topógrafo e agrimensor até herdar os negócios da família aos 20 anos. Pelos próximos 20 anos, ele trabalha em Mount Vernon.
Seguindo a tradição militar da famílila, em 1752, Washington é nomeado ajudante de ordens. Em 31 de outubro de 1753, ele é enviado para negociar com os franceses, que tentam ocupar o Vale do Rio Ohio.
A missão fracassa. O conflito leva à Guerra Franco-Indígena (1754-63), parte da Guerra dos Sete Anos (1756-63), travada na América, na Europa e na Ásia. Os algonquinos e hurões se liam aos franceses e os iroqueses aos britânicos. O Império Britânico e aliados vencem e tomam as possessões francesas na Índia e parte das possessões francesas na América do Norte.
A Guerra dos Sete Anos é uma causa tanto da independência dos EUA quanto da Revolução Francesa de 1789. Com os cofres da coroa britânica exauridos, o rei George III decide aumentar impostos.
Os colonos norte-americanos, que haviam contribuindo com homens e recursos para o esforço de guerra, se rebelam. Rejeitam os impostos cobrados por Londres com o slogan: "Não à taxação sem representação", no caso, no Parlamento Britânico.
Em 1774, Washington é eleito um dos sete delegados da Virgínia ao Congresso Continental, o parlamento das colônias. De início, ele se opõe à independência, mas não aceita "a perda daqueles direitos e privilégios valiosos que são essenciais à felicidade de qualquer Estado livre e sem os quais a vida, a liberdade e a propriedade se tornam totalmente inseguros."
A Guerra da Independência começa em 19 de abril de 1775 com as batalhas de Lexington e Concorde, na Colônia da Baía de Massachusetts. Logo, Washington assume o comando. Os rebeldes não almejam a independência.
É a publicação de um panfleto de 50 páginas, Senso Comum, pelo revolucionário britânico Thomas Paine, em janeiro de 1776, que muda a história. Ele defende a ideia de que os colonos devem se livrar da tirania do rei e criar sua própria nação independente para se autogovernar. Em 4 de julho, o Congresso Continental aprova a declaração de independência.
VULCANIZAÇÃO DA BORRACHA
Em 1844, Charles Goodyear recebe a patente da vulcanização da borracha, uma revolução que cria os pneus e tem forte impacto no Brasil, que tinha praticamente o monopólio das seringueiras, e gera o Ciclo da Borracha.
Goodyear nasce em New Haven, em Connecticut, nos Estados Unidos, em 29 de dezembro de 1800. Ele trabalha com o pai numa empresa da família que quebra em 1830. Começa então experiências para descobrir uma maneira de tornar a borracha resistente a grandes variações de frio e calor.
Em 1839, Goodyear derrama acidentalmente uma mistura de borracha com enxofre na chapa de um fogão quente. A mistura ferve e ele descobre a vulcanização da borracha. Obtém a primeira patente em 1844, mas só recebe a definitiva em 1852.
Uma empresa francesa que fazia vulcanização com base no seu processo vai à falência. Em 1855, ele é preso por dívidas na França, enquanto sua patente é violada sistematicamente nos EUA.
Ao morrer, em 1º de julho de 1860 em Nova York, Goodyear deixa dívidas de US$ 200 mil.
FRONTEIRA EUA-CANADÁ
Em 1846, os Estados Unidos e o Reino Unido assinam o Tratado do Oregon, estabelecendo a fronteira entre os EUA e o que hoje é o Canadá a oeste das Montanhas Rochosas, no paralelo 49º Norte.
No mesmo ano, começa a Guerra Mexicano-Americana, em que os EUA conquista cerca de 40% do território do México, consolidando a expansão de costa a costa
CADETE NEGRO EM WEST POINT
Em 1877, Henry Ossian Flipper se torna o primeiro cadete negro a se graduar na Academia Militar de West Point, em Nova York.
Flipper nasce escravo em Thomasville, no estado da Geórgia, em 1856. A academia é criada pelo Congresso em 1802.
O primeiro negro, James Webster Smith, é admitido em 1870, depois da Guerra da Secessão (1861-65), quando os estados do Sul, contrários à abolição a escravatura, querem se separar da União, mas não chega a se formar.
FRANÇA SE RENDE AO NAZISMO
Em 1940, um dia depois da ocupação de Paris, a França se rende à Alemanha Nazista na Segunda Guerra Mundial (1939-45).
Um armistício é assinado em 22 junho. O ditador nazista Adolf Hitler manda retirar de um museu o vagão de trem onde a Alemanha assinara a rendição na Primeira Guerra Mundial (1914-18) e obriga os franceses a assinarem o armistício nele. Anula simbolicamente a derrota alemã de 1918.
Durante a ocupação, a França é governada pelo regime colaboracionista de Vichy, sob o comando do marechal Henri-Philippe Pétain, herói na Primeira Guerra Mundial (1914-18).
Paris é libertada em 25 de agosto de 1944, depois da Invasão da Normandia, em 6 de junho daquele ano.
Um comentário:
Bom.comecar o dia informada sobre esse nosso mundo que vive eterno conflito. Bem, especialmente, pela forma sucinta como são feito teus relatos!
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