PRIMEIRO DE SEIS CASAMENTOS REAIS
Em 1509, Henrique VIII, da Inglaterra, se casa com a primeira de suas seis mulheres, Catarina de Aragão, filha dos reis católicos da Espanha, Fernando de Aragão e Isabel de Castela.
Henrique VIII é filho de Henrique VII, que ascende ao trono depois de derrotar Ricardo III na Batalha de Bosworth, em 1485, no fim da Guerra das Duas Rosas (1455-87). Quer um filho homem para herdar o trono e acabar com as guerras de príncipes pretendentes à coroa.
Como Catarina tem uma filha mulher, a futura Maria I, Henrique VIII se divorcia para se casar com Ana Bolena. Para isso, rompe com o Vaticano faz a reforma protestante na Inglaterra, em 1534. Ana Bolena lhe dá outra filha, a futura Elizabeth I, a rainha mais poderosa da história do país.
A terceira mulher, Jane Seymour, tem um filho homem. Mas Eduardo VI é fraco e morre antes de completar 16 anos, depois de 6 anos no trono. Maria I e Elizabeth I disputam o trono, numa guerra civil entre católicos e protestantes, reiniciada o século 17 na Guerra Civil Inglesa.
TRATADO DE BRESLAU
Em 1742, a imperatriz Maria Teresa da Áustria decide entregar quase toda a região da Silésia à Prússia para acabar com a Primeira Guerra da Silésia e fazer a paz com o rei Frederico II, o Grande, no Tratado de Breslau.
Filha mais velha do imperador Carlos VI, do Sacro Império Romano-Germânico, Maria Teresa nasce no Palácio Imperial de Hofburg, em Viena, na Áustria, em 13 de maio de 1717. É a única mulher a reinar na Dinastia dos Habsburgo. Como perde o único filho homem, Carlos VI aplica a Sanção Pragmática para permitir que uma mulher ascenda ao trono, o que é proibido pela lei sálica.
Arquiduquesa da Áustria, rainha da Hungria, da Boêmia, da Croácia, de Mântua, de Milão, da Galícia e Lodomeria, de Parma e dos Países Baixos Austríacos de 1740 até a morte, em 1780. Ao se casar com Francisco Estêvão da Lorena, torna-se Duquesa da Lorena, Grã-Duquesa da Toscana e imperatriz consorte de Francisco I no Sacro Império Romano-Germânico.
O casal tem 16 filhos. Dez se tornam adultos, entre eles as rainhas Maria Antonieta da França e Maria Carolina das Duas Sicílias e os imperadores do Sacro Império José II e Leopoldo II.
Com a morte de Carlos VI, a França, a Baviera, a Saxônia e a Prússia não reconhecem mais a Sanção Pragmática. A Prússia invade a Silésia, iniciando um conflito de nove anos, a Guerra da Sucessão Austríaca (1740-48). Inicialmente, ela se nega a negociar com Frederico II.
Depois de várias tentativas frustradas de expulsar o invasor, a imperatriz cede. Apesar do Tratado de Breslau, a Guerra da Sucessão Austríaca continua e termina com a Silésia sob o controle da Prússia, Maria Teresa confirmada no trono da Áustria e seu marido como imperador do Sacro Império.
Ela tenta recuperar a Silésia na Guerra dos Sete Anos (1956-63), que opõe a França, o Império dos Habsburgo, a Rússia, a Suécia, a Espanha e a Saxônia ao Reino Unido, Portugal, à Prússia e a Hanôver. Mas não consegue. A Guerra dos Sete Anos é uma causa da Guerra da Independência dos EUA (1775-83) e da Revolução Francesa de 1789.
BATALHA DO RIACHUELO
Em 1865, durante a Guerra do Paraguai, a Marinha do Brasil, sob o comando do almirante Francisco Manuel Barroso da Silva, o Barão do Amazonas, vence a força naval paraguaia no arroio Riachuelo, afluente do Rio Paraná, na província de Corrientes, na Argentina. É a maior batalha da história naval brasileira.
A navegação na Bacia do Prata é uma das causas da Guerra do Paraguai ou a Guerra da Tríplice Aliança (Argentina, Brasil e Uruguai), conhecida no Paraguai como a Guerra Grande. As forças aliadas estão sob o comando do presidente da Argentina, Bartolomeu Mitre, mas a Marinha do Brasil não está subordinada a ele.O comandante da Marinha do Brasil é o almirante Joaquim Marques Lisboa, o Visconde e futuro Marquês de Tamandaré, que manda Barroso, o chefe do Estado-Maior, comandar a força naval brasileira. Sua frota sai de Montevidéu em 28 de abril, ataca a cidade argentina de Corrientes, que está sob controle paraguaio, vence a batalha, mas não consegue manter a ocupação.
Como o ataque detém o avanço do Paraguai pelo Rio Paraná, o ditador Francisco Solano López decide atacar a frota do Brasil. A esquadra paraguaia sai de Humaitá no dia 10 para encontrar a força naval brasileira na madrugada do dia 11. Uma avaria no navio Iberá atrasa os paraguaios.
As duas esquadras se avistam às nove da manhã de 11 de junho. A esquadra brasileira estaciona a 25 quilômetros ao sul de Corrientes. Tem nove navios com um total de 59 canhões, 1.113 fuzileiros navais e 1.174 soldados do Exército Imperial. A Marinha do Paraguai tem 8 navios com 38 canhões mais 7 chatas, cada uma com um canhão.
Às 9h25, o almirante Barroso iça uma faixa dizendo: "O Brasil espera que cada um cumpra seu dever." Traduzia a frase do almirante inglês Horace Nelson na Batalha de Trafalgar, em 1805, considerada uma das mais importantes batalhas navais da história, que impediu o imperador francês Napoleão Bonaparte de invadir a Inglaterra.
O Brasil faz três cargas. O Paraguai perde quatro navios e quatro chatas. O resto da frota foge rio acima. Às 17h30, a batalha está terminada com uma vitória decisiva do Brasil. A partir daí, a Tríplice Aliança controla a Bacia do Prata até a fronteira do Paraguai. Não só pode fornecer apoio logístico às forças terrestres como impede o Paraguai de ter contato com o exterior.
GUARDA NACIONAL PROTEGE NEGROS EM UNIVERSIDADE
Em 1963, por ordem do presidente John Kennedy, a Guarda Nacional rompe o bloqueio imposto pelo governador George Wallace na Universidade do Alabama em Tuscaloosa e garante o acesso de dois jovens negros, James Hood e Vivian Malone.
Wallace, um dos mais notórios supremacistas brancos da história recente dos Estados Unidos é eleito em 1962 com uma plataforma claramente racista: "Segragação agora! Segregação amanhã! Segregação para sempre!" Vai pessoalmente à universidade para impedir a entrada dos negros.
A Suprema Corte decide em 1954 que a segregação é inconstitucional. Kennedy está determinado a aplicar a decisão. Em 10 de junho, federaliza a Guarda Nacional do Alabama. No dia seguinte, manda garantir o acesso dos negros à universidade. Wallace acaba aceitando.
FIM DA GUERRA COM OCUPAÇÕES QUE PERSISTEM ATÉ HOJE
Em 1967, termina a Guerra dos Seis Dias com ampla vitória de Israel sobre o Egito, a Síria e a Jordânia, e a ocupação da Península do Sinai, da Faixa de Gaza, da Cisjordânia, inclusive do setor oriental (árabe) de Jerusalém, e das Colinas do Golã.
Cessam as hostilidades, mas o conflito subsiste até hoje com a questão dos territórios árabes ocupados. Depois da Guerra do Yom Kippur (1973), a maior empreitada militar árabe da era moderna, o novo ditador do Egito, Anuar Sadat, abandona a aliança com a União Soviética em 1977, se alia aos EUA e faz a paz com Israel nos Acordos de Camp David, em 1979, para recuperar o Sinai.
Há um ditado no Oriente Médio que diz: "Não há guerra sem o Egito [maior exército do mundo árabe] nem paz sem a Síria." Nunca mais os países árabes se unem contra Israel, que anexa as Colinas do Golã em 1981, inviabilizando a paz com a Síria.
O Egito e a Jordânia abrem mão da Faixa de Gaza e da Cisjordânia, onde seria criado um país para os palestinos. Isso não aconteceu até hoje.
Israel se retira de Gaza em 2005, mas mantém o controle do espaço aéreo e do mar, e no momento trava uma guerra brutal contra o Movimento de Resistência Islâmica (Hamas), a quinta e mais violenta desde que o grupo fundamentalista muçulmano assumiu o controle do território numa guerra civil palestina, em 2007..
Na Cisjordânia, há 100 colônias ilegais à luz do direito internacional onde vivem 470 mil israelenses, além de 220 mil no setor oriental de Jerusalém, anexado ilegalmente por Israel em 1980, quando a Knesset, o parlamento israelense, declara que a cidade unificada é a capital indivisível de Israel.
TERRORISTA NORTE-AMERICANO EXECUTADO
Em 2001, o terrorista Timothy McVeigh, condenado por um atentado contra um edifício do governo dos Estados Unidos na Cidade de Oklahoma com 168 mortes, é executado com injeção local num complexo penitenciário federal em Terre Haute, no estado de indiana.
McVeigh nasce em Lockport, no estado de Nova York, em 23 de abril de 1868. Menino tímido e retraído, sofre bullying na escola. Na adolescência, começa a se interessar por armas e entra para a Escola da Infantaria do Exército em Forte Benning, na Geórgia, onde se forma aos 20 anos.
No Exército, é advertido por comprar uma camiseta do Poder Branco em manifestação do grupo supremacista branco Ku Klux Klan contra militantes negros com camisetas do Poder Negro.
Ele vira artilheiro de elite de um canhão de 25 mm, é promovido a sargento e enviado ao Oriente Médio na Operação Tempestade do Deserto, a guerra de 1991 para expulsar o Exército do Iraque, que invadira o Kuwait em 2 de agosto de 1990.
Ao falar da experiência na guerra, McVeigh contou que no primeiro dia decapitou um soldado iraniano com um tiro de canhão. Ficou chocado com a ordem de executar prisioneiros rendidos e com a carnificina quando os EUA bombardearam as tropas iraquianas em fuga na saída da Cidade do Kuwait.
De volta aos EUA, McVeigh tenta entrar para as forças especiais, mas é eliminado no processo de seleção. Consegue um emprego ruim em Decker, no estado de Michigan. Não consegue comprar casa nem arrumar namorada. Começa a jogar e contrai dívidas que não consegue pagar.
Sua situação financeira alimenta o ressentimento contra o governo. Quando o FBI (Federal Bureau of Investigation) cerca a sede do culto Ramo Davidiano, em Waco, no Texas, de 28 de fevereiro a 19 de abril de 1993, McVeigh vai para lá panfletear em defesa do direito de portar armas.
O cerco termina num confronto chamado de Massacre de Waco, com a morte de 76 davidianos e 3 agentes do FBI. Outros seis membros do culto morrem no início do cerco, em 28 de fevereiro.
A atentado em Oklahoma é a vingança de McVeigh contra o governo federal dos EUA. Depois do Massacre de Waco, ele e Terry Nichols começam a planejar o ataque terrorista, realizada exatamente dois anos depois da tragédia no Texas.
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