O pedido de concordata do Lehman Brothers, quarto maior banco de investimentos dos Estados Unidos, com dívidas de mais de US$ 613 bilhões, derrubou hoje os mercados financeiros no mundo inteiro. As bolsas de Nova Iorque (-4,4%) e São Paulo (-7,2%) tiveram seu pior dia desde os atentados de 11 de setembro de 2001.
A situação foi agravada pela notícia de que o American International Group (AIG), a maior seguradora do mundo, pediu um crédito especial à Reserva Federal (Fed), o banco central dos EUA, no valor de US$ 40 bilhões, e pela queda de 1,1% na produção industrial americana em agosto.
Na Ásia, os bolsas de Tóquio, Hong Kong e Xangai não abriram por causa de feriados na China e no Japão. Mas Sídnei, na Austrália, e Cingapura, começaram a evidenciar o pânico dos investidores
Durante uma reunião de emergência para evitar o colapso de mais uma megaempresa americana, a delegacia regional do banco central dos EUA em Nova Iorque pediu aos bancos Chase e Goldman Sachs que dêem empréstimos no valor de US$ 70 a 75 bilhões para recompor o capital do AIG, abalado pela crise financeira americana.
Em Washington, o presidente George Bush declarou que a preocupação do governo é com a saúde do sistema financeiro como um todo. Ele manifestou confiança na recuperação em longo prazo do mercado financeiro dos EUA.
Na campanha eleitoral, o candidato republicano, senador John McCain, elogiou o governo por não ter usado dinheiro público desta vez. Sua vice, a governadora Sarah Palin, culpou Washington pela falta de regulamentação e repetiu seu mantra de que "a mudança está a caminho", uma jogada para roubar o slogan da campanha do senador democrata Barack Obama.
Por sua vez, Obama declarou que não culpava McCain, mas "a filosofia econômica dos governos republicanos dos últimos oito anos" pela especulação financeira e pela falta de regulamentação que levaram à crise atual.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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