Na maior intervenção desde a Grande Depressão (1929-39), o governo dos Estados Unidos vai criar uma instituição para absorver as dívidas incobráveis e limpar o balanço das empresas em dificuldades nos setores habitacional e financeiro. O total de ativos podres é estimado inicialmente entre US$ 500 bilhões e US$ 1 trilhão.
A medida precisa ser “suficientemente grande para ter impacto”, declarou o secretário do Tesouro, Henry Paulson. Ele alegou que a crise atual ameaça poupanças, aposentadorias, casas e empresas. Assim, a alternativa seria muito pior para o contribuinte americano.
O secretário argumentou que a crise não será resolvida se não for eliminada a causa principal, a crise no mercado imobiliário, que ele atribuiu a empréstimos dados e tomados irresponsavelmente no início da década.
O plano começou a ser conhecido ontem, depois de uma reunião de Paulson, o presidente do banco central americano (Federal Reserve), Ben Bernanke, e o presidente da Comissão de Valores Mobiliários americana, Chris Cox, com líderes no Congresso. Tem quatro pontos:
1. Aumentar o financiamento do mercado de crédito para compra da casa própria.
2. Aumentar o financiamento de novos empréstimos para construção e compra de casas.
3. Remover as dívidas incobráveis que estão bloqueando novas operações financeiras.
4. Criar uma nova estrutura regulatória para o mercado financeiro porque a atual está “ultrapassada”.
A notícia provocou euforia nos mercados do mundo inteiro, mas os economistas se perguntam de onde virá tanto dinheiro. O governo americano terá de emitir títulos para se financiar.
A exemplo do que fez a Autoridade de Serviços Financeiros do Reino Unido, a CVM americana suspendeu temporariamente as operações de short selling, no caso, para 799 ações.
Nas operações de short selling, o jogador toma emprestado ações de empresas em queda e vende logo todo o lote para acelerar essa queda, na esperança de recomprar as ações a preço mais baixo na hora de pagar a dívida.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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