Um caminhão-bomba destruiu o Hotel Marriot em Islamabad, a capital do Paquistão, no início da noite de hoje pela hora local, matando pelo menos 57 pessoas e ferindo outras 230. O hotel, de uma cadeia americana, muito freqüentado por estrangeiros, pegou fogo e ameaça desabar.
Horas antes, o novo presidente paquistanês, Assif ali Zardari, viúvo da ex-primeira-ministra Benazir Bhutto, fazia seu primeiro discurso no Parlamento. As principais suspeitas recaem sobre fundamentalistas muçulmanos alinhados ideologicamente com a rede terrorista Al Caeda.
Há um ano e dois meses, depois do ataque do Exército ao complexo da Mesquita Vermelha de Islamabad, tomada por extremistas muçulmanos, que matou pelo menos 153 militantes, os chamados talebã (estudantes das madrassás, as escolas que só ensinam o Corão) do Paquistão declararam guerra ao Estado paquistanês.
Desde então, cerca de 70 pessoas foram mortas em atentados terroristas no país, inclusive a ex-primeira-ministra Benazir Bhutto, assassinada num atentado terrorista em 27 de dezembro de 2007, quando fazia campanha para voltar ao poder. Seu Partido Popular Paquistanês (PPP) ganhou a eleição e o primeiro-viúvo, um ex-playboy acusado de corrupção, acabou se tornando presidente.
Único país muçulmano com armas nucleares, o Paquistão é hoje a principal frente na guerra dos Estados Unidos contra o jihadismo, o terrorismo dos fundamentalistas muçulmanos.
Na sua fronteira incerta com o Afeganistão, estariam refugiados os principais líderes da rede terrorista Al Caeda, o saudita Ossama ben Laden e o egípcio Ayman al-Zawahiri, e da milícia dos Talebã, que governou o Afeganistão de 1996 a 2001 com apoio paquistanês. Foi derrubada pela invasão americana de outubro de 2001 para vingar os atentados terroristas de 11 de setembro daquele ano.
Mais tarde, o presidente Zardari, falando em cadeia nacional de televisão, declarou que "o terrorismo é um câncer que precisa ser estirpado" da sociedade paquistanesa.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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