O diálogo entre o governo e a oposição na Bolívia "não está morto mas agoniza", advertiu hoje o governador do departamento de Tarija, Mario Cossío, representante dos governadores que lutam por autonomia regional nas negociações com o presidente Evo Morales.
As conversas foram suspensas por causa da prisão do governador do departamento de Pando, que faz fronteira com o estado brasileiro do Acre. Leopoldo Fernández é acusado de genocídio. Ele é suspeito de contratar pistoleiros que teriam massacrado 16 índios em Pando na semana passada.
Cossío responsabilizou o governo pelo fracasso no diálogo ao decretar estado de sítio em Pando, onde soldados do Exército prenderam Fernández hoje.
Em La Paz, o presidente defendeu a prisão e convocou os movimentos sociais para fortalecer sua posição negociadora. Morales alega que de nada adianta fazer um acordo, se ele não for acatado por todas as partes.
O primeiro presidente indígena da História da Bolívia convocou um referendo para aprovar, em 7 de dezembro, uma nova Constituição com o objetivo de implantar o socialismo, reduzir a miséria e dar cidadania à maioria indígena.
Ontem, Morales recebeu apoio de uma reunião de cúpula de emergência da União das Nações da América do Sul (Unasul), criada há quatro meses em Brasília. Mas parece que a medida o tornou mais relutante em fazer concessões.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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