Apesar da prisão do governador do departamento de Pando, Rafael Fernández, acusado pelo governo central de genocídio e de contratar pistoleiros para atacar um grupo de índios, os outros governadores de oposição da Bolívia concordaram em retomar o diálogo com o presidente Evo Morales.
A decisão foi tomada pelo mais poderoso de todos, Rubén Costas, governador de Santa Cruz, o departamento mais rico do país, depois de se encontrar em Santa Cruz de la Sierra com o governador de Tarija, Mario Cossío, que negociou em nome da oposição com o vice-presidente Álvaro García Linera.
Eles esboçaram um acordo para incluir na nova Constituição proposta por Morales a questão das autonomias regionais. Mas presidente decretou estado de sítio em Pando, depois de 30 mortes, é certo, prendeu o governador e convocou os movimentos sociais para fortalecer sua posição de negociação.
O problema de Morales é a inflexibilidade na negociação. Não que a oposição esteja disposta a fazer concessões. O que mais faz falta mesmo é a tradição democrática, transigência de ambas as partes na negociação, num país com a História marcada por 193 golpes de Estado.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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