Quatorze ministros da África do Sul descontentes com a renúncia do presidente Thabo Mbeki, forçado a deixar o cargo pelo partido do governo, pediram demissão ontem. Entre os demissionários, estão o ministro das Finanças, Trevor Manuel, e seu vice, o que deixa a maior economia africana sem comando.
É a pior crise política no país desde o fim do regime segregacionista do apartheid, em 1994. Mas o secretário-geral do Congresso Nacional Africano negou hoje que sua decisão de afastar o presidente eleito sete meses antes do fim do mandato tenha criado qualquer problema.
Por trás da decisão, está o novo presidente do CNA, Jacob Zuma, que derrotou Mbeki na disputa pela liderança do partido no final do ano passado. Zuma era vice-presidente e fora afastado por Mbeki por corrupção.
Quando a Suprema Corte anulou os processos de corrupção de pesavam sobre ele, e um juiz insinuou que o Executivo usou sua força política para denunciá-lo, Zuma partiu para dar o troco.
Foi um golpe de Estado branco. Para o arcebispo Desmond Tutu, ganhador do Prêmio Nobel da Paz 1984 pela luta contra o apartheid, ao colocar o partido na frente do Estado, o CNA transformou a África do Sul numa "república de bananas".
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário