Um júri britânico concluiu hoje que a Polícia Metropolitana de Londres é responsável pela morte do eletricista brasileiro Jean Charles de Menezes, morto por engano como um suspeito de ser um terrorista suicida, em 22 de julho de 2005, depois de um atentado com 52 mortos em 7 de julho e de uma tentativa de atentado na véspera, 21 de julho, contra o sistema de transportes da capital do Reino Unido.
Oficialmente, a polícia, que deve receber uma multa pesada, foi acusada de cometer pelo menos 19 erros e colocar em risco a vida da população. Não havia, por exemplo, um esquadrão com armas de fogo do lado de fora do conjunto habitacional onde moravam Jean Charles e o suspeito que com quem ele foi confundido.
Mas a comandante da operação, comissária Cressida Dick, não foi responsabilizada pessoalmente. A promotoria concluiu que houve uma falha coletiva da polícia londrina.
Sem agentes autorizados a atirar, a polícia não teve condições de abordar o jovem brasileiro antes que ele entrasse na estação de metrô de Stockwell, no Sul de Londres. O esquadrão chegou com três horas de atraso. Jean Charles foi cercado dentro do trem e levou oito tiros, sendo sete na cabeça.
Na minha opinião, a questão central é a política de atirar para matar adotada pelo governo britânico para combater o terrorismo. Nesses casos, há um enorme risco de matar a pessoa errada.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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