Apurados 90% dos votos da eleição de domingo na Bolívia para uma Assembléia Constituinte, o Movimento ao Socialismo (MAS), do presidente e líder indígena Evo Morales elegeu 133 deputados (52%), bem abaixo da expectativa de Morales, que era chegar a 80% para "refundar o Estado boliviano".
Morales, eleito no primeiro turno em dezembro com 54% dos votos válidos, terá maioria absoluta na Constituinte mas não a maioria qualificada de dois terços que lhe daria plena liberdade para redigir uma nova Constituição. Em 1º de maio passado, ele estatizou o gás e o petróleo bolivianos, causando grandes prejuízos à Petrobrás, que investiu US$ 1 bilhão na Bolívia nos últimos 10 anos. Ainda precisa negociar com o Brasil o aumento no preço do gás. O governo brasileiro espera que, passada a eleição da Consituinte, o governo boliviano seja mais moderado.
A aliança conservadora Poder Democrático e Social (Podemos) ficou em segundo lugar, com 62 deputados, e a centrista Unidade Nacional com 10.
Os bolivianos também se manifestaram sobre uma proposta que dá autonomia regional aos departamentos em que se divide o país. Votaram contra os departamentos de La Paz, Potoci, Oruro, Cochabamba e Chuquisaca, que ficam na região andina e nos vales centrais, onde Morales tem mais apoio. Votaram pela autonomia Pando, Tarija, Beni e Santa Cruz de la Sierra, no Sul, no Leste e nas terras baixas do Norte, onde a oposição é mais forte.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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