LONDRES - Diante da determinação de Israel de destruir a capacidade militar o Hesbolá (Partido de Deus), grupo xiita que atua no Sul do Líbano, a guerra se intensifica no Oriente Médio. O total de mortos no Líbano passa de 330 e o Exército israelense prepara uma grande ofensiva terrestre. Fez um apelo aos moradores da região para que saiam de suas casas. Já há cerca de 500 mil refugiados.
Apesar dos apelos das Nações Unidas e de diversos países, o governo dos Estados Unidos deu um prazo de pelo menos uma semana para Israel atacar o Hesbolá. Como ficou evidente na conversa entre o presidente George Walker Bush e o primeiro-ministro britânico, Tony Blair, captada por microfones abertos, Bush é contra um cessar-fogo imediato.
A guerra está provocando uma tragédia humanitária no Líbano. Israel bombardeou duramente a infra-estrutura, destruindo 45 pontes e até mesmo uma fábrica de leite. Em parte, Israel quer mostrar ao resto dos libaneses como é caro ter uma milícia xiita agindo livremente no Sul do país, onde o Hesbolá integra a coligação de governo. Mas ao reagir desproporcionalmente, com força excessiva, perde força política.
Os libaneses estão sem água, sem energia e já começam a faltar remédios e alimentos.
No início, os governos árabes sunitas dos principais aliados americanos no Oriente Médio, a Arábia Saudita e o Egito, apoiaram discretamente a ação israelense contra o Hesbolá. Não querem uma milícia xiita aumentando seu poder no Líbano. Isto favoreceria o Irã na luta entre as potências regionais muçulmanas. Mas também rejeitam o discurso de "mudança profunda" de Bush, sempre visto como ameaça a seus regimes autoritários e ditatoriais. E não querem mais uma tragédia humanitária no Oriente Médio.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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