LONDRES - O primeiro-ministro Ehud Olmert e o ministro da Defesa de Israel, o líder trabalhista Amir Peretz, concordaram hoje com o envio de uma força internacional de paz para patrulhar o Sul do Líbano, impedindo que o Hesbolá (Partido de Deus), uma milícia xiita, use a região como base para atacar Israel.
A guerra entre Israel e o Hesbolá se intensifica. O Exército de Israel concentrou-se na fronteira, indicando que poderia lançar uma grande invasão terrestre. Afirma estar fazendo apenas ações pontuais.
Mais de 2 mil soldados israelenses operam no território libanês. O Hesbolá respondeu disprando hoje mais 13 foguetes Katiúcha contra Haifa, a terceira maior cidade de Israel.
Pelo menos duas pessoas morrerram, elevando para 17 o total de israelenses mortos desde 12 de julho, quando o Hesbolá matou três soldados israelenses e seqüestrou outros dois, provocando a reação israelense, hoje considerada excessiva pela maioria dos países do mundo e o secretário-geral das Nações Unidas, Kofi Annan, que pediram um cessar-fogo imediato.
No Líbano, o total de mortos passa de 350 e o de refugiados, de 600 mil.
Só neste domingo a secretária de Estado, Condoleezza Rice, enviada especial do presidente George W. Bush, partiu para a região, dentro da visão americana de que Israel deve ter tempo para atacar as bases do Hesbolá no Líbano.
Nesta segunda, Condi Rice deve se reunir com o primeiro-ministro de Israel e com o presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahomoud Abbas. Ela fala numa "paz duradoura" na região, indicando que este é o objetivo dos EUA e não um cessar-fogo imediato.
Ao comentar a possibilidade de envio de uma força de paz, o embaixador dos EUA na ONU, John Bolton, disse: "Estudamos a possibilidade de criar uma força multinacional, talvez com autorização do Conselho de Segurança das Nações Unidas, mas não formada pelos capacetes azuis da ONU. A questão essencial é que o Hesbolá não retome sua capacidade de ação armada que ameaça Israel e que o governo do Líbano assuma o controle sobre todo o país."
Poderia ser uma força de paz da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), a aliança militar dos EUA com a Europa, ou formada por diversos países, entre eles o Brasil, sob a liderança francesa. Mas isto ainda não está definido.
Olmert e Peretz, que aceitaram a idéia de uma força internacional, são novos líderes sem experiência militar. Estão sendo testados a ferro e fogo, e precisam reafirmar suas credenciais como comandantes de um país em permanente estado de guerra.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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