LONDRES - O Hesbolá (Partido de Deus), milícia fundamentalista xiita que trava uma guerra contra Israel no Líbano, lançou nesta sexta-feira sua arma mais poderosa: o foguete Khaybar-1 pode levar uma carga de até 100 quilos de explosivos, cinco vezes mais do que os Katiúcha. Atingiu a cidade de Alufa, que fica a 70 quilômetros de distância de Haifa, terceira maior cidade de Israel e principal alvo do Hesbolá até agora.
Em Washington, o presidente dos Estados Unidos, George Bush, e o primeiro-ministro do Reino Unido, Tony Blair, insistiram na estratégia de não exigir um cessar-fogo imediato para que se possa chegar a uma solução duradoura do conflito. Na prática, isto dá uma chance a Israel de continuar atacando o Hesbolá.
Bush apóia o envio de uma força multinacional de paz para vigiar a fronteira 'de modo a impedir novos ataques do Hesbolá. Resta saber se a milícia xiita concorda com isto.
A Resolução 1.559 do Conselho de Segurança das Nações Unidas prevê o desarmamento de todos os grupos irregulares no Líbano. Mas o Hesbolá não está disposto a entregar as armas.
Ao mesmo tempo, diante da violência da ofensiva israelense, dos mais de 600 libaneses mortos e outros 700 mil refugiados, das vilas e cidades arrasadas pelos bombardeios, a opinião pública árabe começou a virar a favor do Hesbolá.
No início, especialmente entre os sunitas, a captura de dois soldados israelenses era vista como uma provocação inútil e desnecessária. Com a inclemência de Israel, o Hesbolá ganha cada vez mais sipatizantes no mundo árabe, além do aspecto heróico de conseguir enfrentar Israel, o que nenhum exército regular árabe jamais conseguiu.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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