Em campanha por um quarto mandato consecutivo, a chanceler (primeira-ministra) conservadora da Alemanha, Angela Merkel, levou a melhor no único debate televisivo da campanha, realizado ontem à noite. Ao responder sobre relações com a Turquia, ela descartou a possibilidade do país entrar na União Europeia.
O candidato social-democrata Martin Schulz atacou a política de refugiados, as relações com a Turquia e com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Merkel usou sua experiência internacional e foi considerada vencedora.
Antes do debate, a aliança entre a União Democrata-Cristã (CDU) de Merkel e a União Social-Cristã (CSU) tinha uma vantagem de 14 pontos nas pesquisas sobre o Partido Social-Democrata da Alemanha (SPD). Depois de debate, 55% deram vitória à chanceler e apenas 35% ao líder social-democrata.
Sob pressão de Schulz, Merkel declarou: "É claro que a Turquia não deve se tornar um membro da UE. Vou falar com meus colegas para ver se podemos chegar a uma posição conjunta e encerrar as negociações de acesso."
O governo turco reagiu com indignação. Merkel defendeu o acordo da UE com a Turquia para tentar conter a onda de refugiados da guerra civil na Síria.
Schulz também cobrou uma posição mais dura em relação a Trump por "colocar o mundo à beira de crises com seus tuítes" e prometeu trabalhar com seus parceiros europeus, o Canadá, o México e a oposição americana.
Merkel alegou "não acreditar que a crise na Coreia do Norte possa ser resolvida sem o presidente americano, mas penso que devemos dizer nos termos mais claros possíveis que só pode haver uma solução pacífica e diplomática."
No poder desde 2005, Merkel é a líder da Europa e uma das maiores lideranças mundiais. Diante do recuo do papel internacional dos EUA de Trump, ela está sendo pressionada a assumir o papel de líder do mundo ocidental.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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