O ministro do Exterior da Coreia do Norte, Ri Yong Ho, acusou hoje o presidente Donald Trump de declarar guerra a seu país e afirmou que o regime norte-coreano pode derrubar os aviões bombardeiros dos Estados Unidos que sobrevoaram o litoral do país há dois dias.
"O mundo inteiro deve lembrar claramente que foram os EUA que declararam guerra a nosso país", disse o chanceler. "Como os EUA declaram guerra a nosso país, temos todo o direito de tomar medidas contrárias, inclusive o direito de derrubar bombardeiros estratégicos dos EUA mesmo que eles não estejam no espaço aéreo de nossos países."
No fim de semana, Trump escreveu no Twitter que "o Pequeno Fogueteiro" e o chanceler norte-coreanos não vão estar por aí por muito mais tempo". Depois que o presidente americano ameaçou "destruir totalmente" a Coreia do Norte em discurso na Assembleia Geral das Nações Unidas, o regime comunista de Pionguiangue interpretou a bravata trumpista como uma ameaça.
Era uma resposta ao discurso do ministro do Exterior norte-coreano na Assembleia Geral da ONU, que chamou Trump de "presidente diabólico" e alegou que as sanções econômicas não vão impedir a Coreia do Norte de desenvolver armas nucleares e atingir um "equilíbrio de forças com os EUA."
Para a ditadura stalinista de Pionguiangue, as armas nucleares são a garantia de sobrevivência do regime, de que o país não terá o mesmo destino que o Iraque de Saddam Hussein ou a Líbia de Muamar Kadafi.
O atual ditador, Kim Jong Un, sucedeu ao pai em dezembro de 2011, poucos meses depois da queda e morte de Kadafi, que havia se aproximado do Ocidente e aberto mão dos programas de desenvolvimento de armas de destruição em massa. Na análise norte-coreana, quando a Líbia sofreu intervenção militar da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), com autorização do Conselho de Segurança da ONU, o ditador não teve como se defender.
Na Casa Branca, a porta-voz Susan Huckabee Sanders, negou: "Não declaramos guerra à Coreia do Norte". Ela considerou a insinuação "absurda".
Os EUA reforçam as sanções e pressionam a China, responsável por mais de 90% do comércio exterior norte-coreano a fazer o mesmo. O Banco Popular da China, o banco central do país, deu ordem aos bancos chineses para aplicar rigorosamente as sanções aprovadas pela ONU contra o regime stalinista da Coreia do Norte.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário