O incorrigível Donald Trump entrou em guerra com os astros do basquete e do futebol americano que protestam contra o racismo, a discriminação, a brutalidade policial contra negros e a impunidade de policiais que matam negros.
"Nada une mais os Estados Unidos do que o esporte e nada divide mais do que a política", comentou um dirigente esportivo, criticando a insensibilidade do presidente.
Tudo começou na sexta-feira, quando o melhor jogador da última temporada da Associação Nacional de Basquete (NBA) dos EUA, Steven Curry, confirmou em entrevista que estava em dúvida se iria ou não à Casa Branca, onde o presidente costuma receber os campeões nacionais. Os jogadores do Golden State Warriors decidiriam em votação no fim de semana.
Pelo Twitter, na madrugada de sábado, Trump anunciou a retirada do convite para receber o Golden State Warriors, provocando uma revolta dos jogadores da NBA. O segundo melhor jogador da temporada, Lebron James, rival de Curry, declarou que "era uma honra ir à Casa Branca antes de você chegar lá".
Na sexta-feira, em discurso para apoiar um candidato do Partido Republicano numa eleição suplementar para o Senado, Trump declarou que os jogadores que se ajoelham durante a execução do hino nacional dos EUA antes da partidas da Liga Nacional de Futebol (NFL) devem ser demitidos.
"Vocês não gostariam de ver um desses donos da NFL, quando alguém desrespeita nossa bandeira, dizer: 'Tire este filho da puta do campo agora já. Fora! Ele está demitido! Está demitido!'?", sugeriu o presidente.
Caso contrário, defendeu o boicote da NFL . Trump também acusou a federação de "arruinar o esporte" por impedir certo tipo de choques capazes de causar concussões cerebrais, ignorando como de costume as últimas conclusões da ciência.
A NBA sempre foi mais politizada. Lebron James, do Cleveland Cavaliers, apresentou a candidata democrata Hillary Clinton como "a próxima presidente dos EUA" no comício de encerramento da campanha em Ohio, no ano passado.
Por sua vez, a NFL é tradicionalmente mais conservadora, ligada às Forças Armadas. Um jogador que protestou no ano passado foi praticamente banido em silêncio. Sua história ressurgiu com a briga de Trump.
No fim de semana, houve protestos em todos os grandes jogos da NFL.
Hoje Trump declarou via Twitter: "Não é uma questão racial. É uma questão de respeito ao nosso hino e à nossa bandeira."
À noite, todo o time do Dallas Cowboys, inclusive o dono do clube, Jerry Jones, se ajoelhou durante a execução do hino, informou a agência Reuters.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
segunda-feira, 25 de setembro de 2017
Trump compra briga com astros do basquete e do futebol americano
Marcadores:
abuso de poder,
brutalidade policial,
Casa Branca,
discriminação racial,
Donald Trump,
EUA,
Golden State Warriors,
Impunidade,
NBA,
NFL,
Racismo,
Stephen Curry
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário