Ao discursar hoje na sessão anual da Assembleia Geral das Nações Unidas, o presidente do Irã, Hassan Rouhani, atacou o "desonesto regime sionista" que "atropela os direitos dos palestinos" por "ter a audácia de pregar para nações pacíficas". O Irã não reconhece Israel e trata o país como "regime sionista".
Rouhani contra-atacou duramente as críticas do presidente Donald Trump ao acordo firmado em 2015 entre a república islâmica, os Estados Unidos, a Alemanha e as outras grandes potências com direito de veto no Conselho de Segurança da ONU (China, França, Reino Unido e Rússia) para desarmar o programa nuclear iraniano. Descreveu o pronunciamento de Trump como uma "retórica ignorante, absurda e odiosa".
Em seu discurso ontem, o presidente americano considerou o acordo nuclear "um dos piores e mais unilaterais" já firmados pelos EUA. O governo linha-dura de Israel pressiona Trump a abandonar o acordo.
"Não ameaçamos ninguém, mas também não aceitamos ser ameaçados", declarou o aiatolá. "Nosso discurso é de respeito e dignidade."
Ele defendeu o acordo como um modelo e afirmou que a república islâmica nunca desonrou seus compromissos internacionais: "Será uma pena se este acordo for destruído por novatos desonestos no mundo político", acrescentou, alfinetando o presidente americano.
Quando defendeu o direito do povo palestino a uma pátria independente, o líder iraniano argumentou: "Somos o mesmo povo que resgatou os judeus da servidão na Babilônia." Rouhani negou que o objetivo da ditadura teocrática iraniana seja "restaurar o antigo império [persa], impor sua religião oficial e outros e exportar a revolução pela força das armas."
O Irã, que tem uma das maiores reservas mundiais de gás e petróleo, quer cooperação para a segurança e o desenvolvimento econômico, disse o aiatolá: "Convido todos os interessados em paz, segurança e progreosso através da parceria e da cooperação entre as nações a visitar o Irã."
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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